Assentos com portas deixam classe executiva cada vez mais luxuosa

As companhias aéreas estão adotando as portas individuais, benefício que dá mais privacidade aos passageiros

John Waltonda CNN

A classe executiva está se tornando cada vez mais luxuosa, espaçosa e privada. Quer se trate de assentos e almofadas de cama personalizados, acessórios sob medida ou co-branding com alguns dos maiores nomes do luxo, executiva são realmente a nova primeira classe a bordo de muitos aviões.

Isso se prova com as minisuítes de classe executiva com portas, que foram lançadas há quase 10 anos a bordo dos aviões premium Mint da JetBlue e agora são encontradas em cerca de uma dúzia de companhias aéreas, incluindo Delta, All Nippon Airways, British Airways e China Eastern.

As portas tornam a experiência da classe executiva melhor de duas maneiras: primeiro, elas adicionam privacidade e, segundo, evitam o que os projetistas de assentos de avião chamam de “brush past”, quando um passageiro ou membro da tripulação andando pelo corredor esbarra em um passageiro sentado.

Se você viajou na classe executiva, já deve estar pensando em alguns dos assentos onde isso seria particularmente benéfico.

Dependendo do layout do avião, por exemplo, alguns assentos ficam voltados para o corredor, e o passageiro acaba tendo de evitar o contato visual com a pessoa do lado oposto durante todo o voo.

Conchas de privacidade

As portas obviamente ajudam a evitar isso. Mas enquanto essas minisuítes com portas são mais privativas do que muitos assentos de primeira classe, a palavra “mini” está em seu nome por um motivo: o espaço para cada passageiro é, embora enorme em comparação com a classe econômica, ainda menor que a primeira classe.

Adicionar uma ou duas polegadas para incorporar uma porta pode realmente afetar a quantidade de espaço disponível para o seu assento.

Isso com certeza é “um problema bom” só de pensar em nosso assento estreito de 17 polegadas na fileira 54. Mas cada fração de polegada da largura da cabine é usada, e em alguns aviões de tamanho médio, podem fazer uma diferença real na sensação de espaço de um assento.

Então, por que as companhias aéreas escolhem portas, mesmo em alguns desses aviões de tamanho médio?

“Há, sem dúvida, um movimento em direção ao aumento da privacidade nas aeronaves, descendo da primeira classe, onde a suíte de altura total da Emirates estabeleceu um novo padrão, para a classe executiva”, disse o vice-presidente de vendas e marketing de assentos de aeronaves da Collins Aerospace, Alastair Hamilton, à CNN.

“A maioria dos assentos da classe executiva tem conchas de privacidade há vários anos, que tiram os outros passageiros da linha dos olhos quando todos estão sentados. A adição de portas aumenta ainda mais essa sensação de reclusão, fechando você do corredor, especialmente quando está deitado na posição de cama.

“As portas também são necessárias? Obviamente não. Mas elas são um benefício para os passageiros que melhora a privacidade e, criticamente, o descanso e o sono em um voo longo.”

Peso e espaço vs. receita

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As portas da classe executiva ajudam os passageiros a evitar colisões de pessoas andando pelo corredor/ Unum Aircraft Seating

Hamilton acrescenta que as portas podem adicionar custo, peso e complexidade a um assento, mas podem gerar mais receita.

“Do ponto de vista do passageiro, a capacidade de fechar a porta e ter ‘meu espaço’ sempre será percebida como um benefício”, diz ele.

“Quanto mais o corredor estiver na linha dos olhos, maior será o benefício, principalmente enquanto o passageiro dorme. As companhias aéreas estão tendendo para portas e maior privacidade em geral, à medida que continuam a melhorar a experiência do passageiro.”

No entanto, algumas companhias aéreas estão dizendo que não.

Quentin Munier, vice-presidente executivo de estratégia e inovação da Safran Seats, disse à CNN que a demanda por portas geralmente será caso a caso, dependendo dos requisitos de conforto ou do layout dos assentos.

Já Jean-Christophe Gaudeau, colega de Munier, vice-presidente de marketing, diz que a demanda parece estar aumentando.

“As portas foram lançadas há alguns anos e, ano após ano, temos visto um aumento constante da parcela de companhias aéreas solicitando portas em nossas pesquisas ou em solicitações reais de cotações – até o ponto em que a grande maioria das companhias aéreas agora estão pedindo.

“A questão será cada vez menos sobre ter ou não uma porta, mas sim sobre como entregar de maneira inteligente e eficaz.”

A questão também será se as opções sem porta podem atender à necessidade de privacidade, além de economizar peso e espaço.

A Safran tem uma opção que é uma persiana espessa, horizontal, magneticamente conectada e com mola que se estende pelo espaço da porta.

Outras opções incluem uma cortina como a Air France usa em seus assentos de primeira classe, divisores que se expandem e retraem como um ventilador de mão ou painéis deslizantes que não replicam inteiramente a porta, mas adicionam privacidade substancial.

Hora de viajar?

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Aeronaves com layout de espinha de peixe também oferece privacidade/ Unum Aircraft Seating

Tudo isso tem desvantagens, e é por isso que Chris Brady, um veterano do setor e fundador da fabricante de assentos Unum, diz que as companhias aéreas estão divididas sobre o assunto.

“Todos reconhecem que as portas são pesadas e complexas”, diz.

“Acho que é justo dizer que as portas podem melhorar a experiência do passageiro, mas para espinha de peixe voltada para fora a 40 graus mais, onde você fica de costas para o corredor, a contribuição é marginal”.

“Estou um pouco em conflito”, admite Brady. “Como passageiro, gosto de uma porta. Acho que voar é uma experiência maravilhosamente insular e me deleito em estar sozinho, e uma porta ajuda. Como cidadão, sei que são pesadas”, o que também significa mais emissões de carbono.

Ele acrescenta que as portas, “na minha opinião pessoal, devem ser evitadas com base no fato de que a perfeição é alcançada não quando não há mais nada a acrescentar, mas quando não há mais nada a tirar”.

A questão da porta continuará à medida que mais companhias aéreas e mais fabricantes de assentos avaliarem os benefícios.

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