Conheça os Lençóis Maranhenses, maior campo de dunas da América do Sul
Lagoas cristalinas, passeios cheios de aventura, gastronomia de dar água na boca e pessoas acolhedoras fazem deste que é um dos destinos mais incríveis do Brasil. Conheça o que fazer, quando ir e como chegar até lá!
Vista aérea das dunas e lagoas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (Foto: Getty Images)
Palavras não fazem jus às belezas naturais e às paisagens fascinantes que os visitantes encontram nos Lençóis Maranhenses. São enormes morros de areia, lagoas de água doce ora azuis ora esverdeadas e uma vegetação de restinga que formam um imenso mosaico esculpido pelos ventos e pelo ciclo das águas, quase uma dança que molda o maior campo de dunas da América do Sul.
Localizado no noroeste do Maranhão, a cerca de 250 km da capital São Luís, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é uma área protegida de 155 mil hectares e controlada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Cerrado é o bioma dominante, mas há fortes influências da Caatinga e da Amazônia que compõem os cenários de pura beleza que conquistam os turistas.
As principais bases de entrada nos Lençóis são as cidades de Barreirinhas e Santo Amaro do Maranhão, além da charmosa vila de Atins – um vilarejo dentro dos limites de Barreirinhas. É nas duas cidades, e principalmente em Barreirinhas, que se concentram agências e guias para auxílio com os passeios.
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Maior deserto úmido do mundo, a região dos Lençóis, porém, vai além do que somente os limites do Parque Nacional. São passeios em circuitos de lagoas, ao rio Preguiças, à encantadores povoados, banhos de mar, flutuação no rio Formiga e experiências gastronômicas que completam toda a viagem. Desbravar a imensidão impactante tanto no parque quanto nas vilas ao redor faz parte da vivência dos Lençóis. E, por ali, são só superlativos: impressionante, emocionante, grandioso… A lista é longa.
Junto de sua vastidão, a diversidade cultural também se revela forte: os moradores se mostram um povo amável e gentil, sempre solícitos e cheio de saberes; o artesanato usa fibras de palmeiras locais e a gastronomia é um capítulo à parte.
Falando em comida, a culinária é colorida pelo bacuri, galinhadas, carne de bode, arroz de cuxá, frutos do mar, como suculentos camarões, e muito buriti. O buriti, inclusive, aqui é rei, pequeno fruto da onipresente palmeira do cenário maranhense que é toda aproveitada. São telhados, palha, balcões, bolsas, tapetes e chapéus feitos com a fibra do fruto, que pode ser aproveitado nos famosos doces de buriti ou ainda ser comido com seu caldo, que vira mistura com farinha.
O que fazer
Os Lençóis possuem uma paisagem sem igual. Por ali, caminhadas, observação da fauna, banho nos lagos, rios e mar, esportes náuticos, passeios de quadriciclo, caiaque, apreciação da cultura local e degustação das comidas regionais fazem parte das atividades no destino.
Entre os passeios mais procurados pela região estão o Circuito da Lagoa Bonita, da Lagoa Azul, uma visita às Lagoas Emendadas, bom ponto para apreciar um lindo pôr do sol, e a Lagoa do Junco, em que sua particularidade está na tonalidade azul forte – uma das mais lindas de Lençóis. A Comunidade da Travosa, acessada por Santo Amaro, é especial, com o trabalho das marisqueiras de sarnambi e o restaurante Toca da Guaaja.
Pelos Lençóis, mas já pela região de Barreirinhas, dá para investir tempo nas praias do Caburé e também em Atins, antigo vilarejo de pescadores que possui um centrinho badalado, restaurantes deliciosos e pousadinhas. Por ali, há ainda passeios pelo rio Preguiças e pelo rio Formiga.
Além das grandes dunas no parque, também há uma área conhecida como Pequenos Lençóis, que fica entre os municípios de Tutóia e Paulino Neves. Ali, a partir do rio Preguiças, antes de Caburé, fica o povoado de Vassouras, onde é possível se aventurar pelas areias de quadriciclo e conhecer o vilarejo, em que vivem famílias que dependem da pesca e do turismo para seu sustento.
Quando ir
Não é o ano todo que as lagoas da região, principais atrações por ali, apresentam-se cheias e abundantes, uma vez que dependem das águas das chuvas. O litoral oriental do Maranhão, onde fica o parque dos Lençóis, possui duas estações características ao longo do ano: a chuvosa, de fevereiro a maio, e a seca, de junho a janeiro. É após a estação chuvosa que as imediações do parque apresentam seus mais belos cenários, já que as lagoas estão cheias.
À medida que a estação seca avança ao longo dos meses, as lagoas vão secando lentamente, em que novembro apresenta-se como um mês de águas em níveis muito baixos. O período mais recomendado é visitar a região entre os meses maio e setembro.
Vale ressaltar que, por lá, o calor predomina o ano inteiro. Para se ter uma ideia, Barreirinhas, a principal e mais conhecida porta de entrada dos Lençóis, possui uma média de temperatura de 27°C. Mas fique atento: pelas dunas, os ventos costumam ser bem fortes.
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Como chegar
Para visitar boa parte da região e do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o ideal é conhecer as três principais bases para os passeios: Santo Amaro do Maranhão, Barreirinhas e Atins. O jeito mais fácil de se chegar por ali é desembarcar no Aeroporto Internacional de São Luís, que recebe voos das principais capitais brasileiras, e seguir tanto para Santo Amaro quanto para Barreirinhas de carro.
Para chegar a Santo Amaro, menos conhecida do público e com menos estrutura, mas a mais próxima dos Lençóis (a cerca de cinco minutos de carro), é necessário fazer um trajeto pela BR-135, seguindo pela BR-402 até Santo Amaro, em que o trecho final é na recente rodovia MA-320.
Para chegar a Barreirinhas, o principal acesso é pela rodovia MA-402, com asfalto em boas condições de tráfego. A cidade, de cerca de 60 mil habitantes, possui boa estrutura para hospedagem, alimentação e várias agências de turismo. Para se acessar o parque dos Lençóis a partir de Barreirinhas é necessária a travessia do rio Preguiças de balsa. Daí em diante apenas veículos com tração 4×4 seguem viagem, sendo este o trajeto também para se chegar até o povoado de Atins.
Dica: seja nas duas cidades, contrate serviços de guias para aproveitar as atrações, em que apenas carros autorizados, como o UTV (mistura de carro com quadriciclo) e 4×4, podem circular nos terrenos arenosos e alagados dos limites do parque, que não possui cobrança de ingresso. Fora dos limites, os carros especiais também são úteis devido à geografia local.