Veja as melhores cidades para viver em 2025, segundo ranking

O estudo, realizado pela EIU — organização ligada à revista The Economist — avaliou 173 cidades ao redor do mundo

Tamara Hardingham-Gill, da CNN
Canal em Christianshavn, em Copenhague
Canais de Copenhague são ideais para passeios de barco; na foto, canal em Christianshavn  • Daniel Rasmussen
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Agora é oficial: Viena não é mais a cidade mais “vivível” do mundo. Após três anos consecutivos no topo do ranking anual da Economist Intelligence Unit (EIU), a capital austríaca foi desbancada por ninguém menos que a encantadora Copenhague.

A capital da Dinamarca conquistou o primeiro lugar na lista das cidades com melhor qualidade de vida em 2025, divulgada na terça-feira (17).

 

 

O estudo, realizado pela EIU — organização ligada à revista The Economist — avaliou 173 cidades ao redor do mundo com base em critérios como saúde, educação, estabilidade, infraestrutura e meio ambiente.

Copenhague liderou o ranking com pontuação máxima em estabilidade, educação e infraestrutura. Viena, por sua vez, ficou empatada na segunda posição com Zurique, na Suíça.

Melbourne, na Austrália, manteve sua quarta colocação, enquanto Genebra, também na Suíça, ficou em quinto lugar.

Logo abaixo do top 5, Sydney subiu uma posição e passou do sétimo lugar (que antes dividia com outra cidade) para o sexto. Já Osaka, no Japão, e Auckland, na Nova Zelândia, ficaram empatadas na sétima posição.

Adelaide, na nona colocação, foi a terceira cidade australiana entre as dez melhores. Vancouver, no Canadá, completa o top 10.

Por que Viena perdeu a liderança?

Apesar de continuar bem avaliada em quase todos os critérios, Viena teve uma queda considerável na nota de estabilidade, enquanto Copenhague manteve desempenho alto em todas as áreas.

O motivo dessa “queda acentuada” foi atribuído a episódios recentes, como a ameaça de bomba que causou o cancelamento de um show da Taylor Swift no ano passado.

“A qualidade de vida global permaneceu estável no último ano, mas, assim como em 2024, houve uma queda nas notas de estabilidade em escala mundial”, explicou Barsali Bhattacharyya, diretora adjunta da EIU, em comunicado.

“A pressão sobre o critério de estabilidade fez com que Viena perdesse a liderança depois de três anos no topo.”

As maiores quedas

Viena não foi a única a ter desempenho abaixo do esperado em categorias nas quais costumava se destacar.

Calgary, que ocupava a quinta posição em 2024, caiu para o 18º lugar este ano. O motivo foi a piora na avaliação do sistema de saúde — problema que também afetou outras três cidades canadenses, devido à “sobrecarga” enfrentada pelo sistema de saúde do país.

Toronto também teve queda significativa, indo do 12º para o 16º lugar. “Isso reflete as longas filas de espera para consultas médicas”, explicou Bhattacharyya ao CNN Travel. “Há escassez de profissionais em hospitais e centros de saúde.”

Ela ressaltou que a pressão sobre os sistemas de saúde e moradia não é exclusiva do Canadá, mas que o país se destacou negativamente pelo impacto prolongado desses fatores.

“Mas é importante contextualizar: essas continuam entre as cidades com melhor qualidade de vida do mundo”, acrescentou.

Honolulu, no Havaí, foi a cidade americana mais bem colocada, aparecendo em 23º lugar. “Temos visto uma tendência de cidades pequenas ou médias dos EUA superando as grandes metrópoles como Nova York ou Los Angeles”, explicou Bhattacharyya. “Isso se deve, em grande parte, à pressão sobre os serviços públicos.”

No Reino Unido, cidades como Londres, Manchester e Edimburgo também caíram no ranking após notas mais baixas em estabilidade.

Essa piora está relacionada a uma onda de protestos e instabilidade no país no ano passado, após uma campanha de desinformação anti-imigração gerar revolta em resposta a um ataque a faca em Southport, no norte da Inglaterra.

Com isso, Londres caiu da 45ª para a 54ª posição; Manchester foi do 43º para o 52º lugar; e Edimburgo, do 59º para o 64º.

Queda global na estabilidade

“Assim como em 2024, as notas de estabilidade caíram na Europa Ocidental e no Oriente Médio e Norte da África”, afirmou Bhattacharyya.

“Desta vez, também houve queda na Ásia, por conta do aumento das tensões militares em regiões como a Índia e Taiwan.”

Enquanto algumas cidades desceram no ranking, outras avançaram bastante. É o caso de Al Khobar, na Arábia Saudita, que subiu 13 posições (de 148ª para 135ª), graças a investimentos em saúde e educação previstos no plano Visão 2030, que busca diversificar a economia saudita e reduzir sua dependência do petróleo.

Jacarta, na Indonésia, também melhorou sua colocação, subindo dez posições (de 142ª para 132ª), impulsionada por avanços em estabilidade.

No fim da lista, pouca coisa mudou em relação ao ano anterior. Damasco, na Síria, continua sendo considerada a cidade menos habitável do mundo, mesmo seis meses após a queda do ex-presidente Bashar al-Assad. Tripoli, na Líbia, vem logo acima.

Daca (Bangladesh), Karachi (Paquistão) e Argel (Argélia) completam, respectivamente, o grupo das cinco cidades com pior qualidade de vida.

Apesar de em 2024 ter havido uma leve melhora no índice global de habitabilidade, este ano o cenário foi o oposto.

“O principal fator foi a queda na estabilidade”, disse Bhattacharyya. “Vimos avanços em áreas como saúde e educação — especialmente em cidades do Oriente Médio —, mas esses ganhos acabaram sendo anulados pelas quedas na estabilidade.”

Nota da edição: a cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, subiu três posições em relação ao último relatório e apareceu entre os destaques dos municípios que mais cresceram nos últimos 12 meses. A pesquisa não menciona outra cidade brasileira.

Índice Global de Habitabilidade 2025 — Top 10:

  1. Copenhague, Dinamarca
  2. Viena, Áustria
  3. Zurique, Suíça
  4. Melbourne, Austrália
  5. Genebra, Suíça
  6. Sydney, Austrália
  7. Osaka, Japão
  8. Auckland, Nova Zelândia
  9. Adelaide, Austrália
  10. Vancouver, Canadá
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