Análise: Aliados ofertam diálogo com EUA como ativo de Eduardo Bolsonaro
Governadores cogitam nomear Eduardo Bolsonaro como secretário estadual para negociar tarifas com os EUA, usando suas conexões com o governo americano como trunfo
Governadores alinhados à direita estão articulando a nomeação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para um cargo em secretaria estadual, em uma estratégia que visa tanto preservar seu mandato parlamentar quanto estabelecer canais de negociação com os Estados Unidos sobre as tarifas comerciais.
A movimentação surge em um momento crítico, quando estados brasileiros buscam alternativas para lidar com o possível aumento de 50% nas tarifas anunciado pelos Estados Unidos. A iniciativa considera que Eduardo Bolsonaro mantém conexões significativas com o governo americano, o que poderia beneficiar as negociações estaduais.
A articulação tem dois objetivos principais: além de buscar uma interlocução direta com os EUA para questões comerciais, a nomeação permitiria que Eduardo Bolsonaro mantivesse seu mandato como deputado federal. Como secretário estadual, ele poderia se licenciar da Câmara dos Deputados sem risco de perder o cargo por faltas injustificadas.
Os articuladores da proposta argumentam que, mesmo que as negociações precisem ser feitas de forma isolada por estado, a imprevisibilidade do cenário político americano poderia abrir brechas para acordos setoriais específicos. A possibilidade de negociações paralelas para setores mais afetados em cada estado é vista como uma alternativa viável pelos apoiadores da iniciativa.
Apesar do otimismo de alguns governadores quanto à proposta, há preocupações sobre possíveis tensões institucionais e questionamentos sobre a efetividade prática de negociações comerciais conduzidas de forma independente por estados brasileiros com os Estados Unidos.



