Pessimismo cai, mas 72% dos economistas veem PIB global mais fraco em 2026
Pesquisa do Fórum Econômico Mundial revela que preocupação com dívida pública agora é maior nas economias desenvolvidas que nos emergentes

O pior momento do pessimismo com a economia global ficou para trás. Apesar da boa notícia, sete a cada dez dos principais economistas-chefes do mundo espera desaceleração do PIB mundial. O dado consta de uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial.
A pesquisa mostra que 72% dos ouvidos esperam que a economia global perca força em 2026. Desse grupo, 3% citaram espera forte desaceleração e 69% citaram alguma desaceleração.
Ainda que o quadro seja majoritariamente pessimista, os números mostram melhora na comparação com a pesquisa anterior. Em maio, 100% apostavam em enfraquecimento da economia à frente, sendo 39% com forte queda e 61% com alguma desaceleração.
“Os contornos de um novo ambiente econômico já estão tomando forma, definidos pela disrupção em comércio, tecnologia, recursos e instituições”, disse Saadia Zahidi, diretora-geral do Fórum Econômico Mundial, entidade que organiza o eventual anual em Davos.
“Os líderes precisam se adaptar com urgência e colaboração para transformar a turbulência de hoje na resiliência de amanhã”, completou no estudo divulgado pelo WEF.
Três temas concentram as razões desse pessimismo: comércio internacional, política fiscal e dívida pública.
Dos economistas-chefe foram ouvidos, cerca de 70% avaliam o nível atual de perturbação comercial como "muito alto" – sendo a principal preocupação citada. Entre os entrevistados, mais de três quartos também apostam que os problemas no comércio e nas cadeias globais de produção devem contaminar outros setores.
Sobre os mercados financeiros e política monetária, 45% dos economistas entrevistados esperam nível alto ou muito alto de perturbação.
Com o aumento dos níveis de dívida pública global, os economistas-chefes entrevistados destacam as vulnerabilidades geradas pelo alto endividamento.
A pesquisa, porém, mostrou uma mudança estrutural: a maior preocupação sobre o tema não está mais nas economias emergentes.
Para 80% dos ouvidos, o crescimento da dívida pública é um tema de preocupação para as economias avançadas. Já sobre países emergentes o tema é citado por 69% - ainda que seja elevado, é menor que o entre as economias centrais.



