Tainá Falcão
Blog
Tainá Falcão

Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

Comissão do Senado deve votar nova Lei do Impeachment na quarta-feira

Presidente da CCJ minimiza confronto com Supremo: "Não é uma resposta

Senadores durante reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)  • Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
Compartilhar matéria

O Senado Federal se prepara para votar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), na próxima quarta-feira (10), o projeto que reformula a Lei do Impeachment, de 1950.

O PL, de autoria do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está parado na Casa desde agosto de 2023.

A redação da proposta teve participação ativa do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, logo depois de ele ter deixado o STF (Supremo Tribunal Federal) e antes de ter assumindo a pasta no governo.

O tema foi discutido com especialistas em, pelo menos, dez audiências públicas promovidas pela CCJ à época.

À CNN, o presidente da comissão, senador Otto Alencar (PSD-BA), confirmou que votará o relatório do senador Weverton Rocha (PDT-MA) na próxima quarta.

A decisão foi acertada com Rocha, após ouvir o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

O avanço do projeto ocorre em meio à crise provocada pela liminar do decano do STF, Gilmar Mendes, de limitar abertura de impeachment contra ministros do Supremo à Procuradoria-Geral da República.

Apesar do revés, Otto Alencar negou que sua intenção seja dar um recado ao Judiciário.

"Não é uma resposta. Não é confronto com o Supremo. Trata-se de atender o que a Constituição quer. Não estou estimulando desavença com Gilmar Mendes. Apenas vamos atualizar uma lei antiga. Foi um erro não ter feito isso antes.", disse.

A aliados, Alcolumbre defende votar o projeto, em plenário, antes do recesso parlamentar, no próximo dia 17.

Se aprovada na CCJ, na quarta, a matéria poderia ser apreciada em plenário na semana que vem.

Outras matérias polêmicas, que atingem o Supremo, porém, não devem prosperar. Ainda em conversa com a reportagem, Otto Alencar descartou votar, por exemplo, a previsão de mandato e sabatina para ministros.

O senador confirmou à CNN que haverá pressão sobre a Câmara para aprovar uma PEC que limita as decisões democráticas no Supremo.

"Eu quero. Davi quer. Todos queremos. Aprovamos há três anos e a Câmara não só dorme com esse projeto, mas com o principal projeto para acabar com o crime de colarinho branco: o fim do foro privilegiado", respondeu.