Análise: economia dos EUA pode ter grande alívio em setembro

Expectativas por corte de juros aumentaram após desaceleração de inflação

Krystal Hur, da CNN
NEW YORK CITY - JULY 11: The New York Stock Exchange on Wall Street on July 11, 2015 in New York City. The NYSE is one of the most important stock exchanges worldwide.
Prolongamento dos juros altos nos EUA preocupa investidores  • vwalakte/Freepik
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Os norte-americanos que buscam alívio das altas taxas de juros podem não ter que esperar muito mais.

Os preços ao consumidor caíram nos Estados Unidos em junho, marcando a primeira queda desde os primeiros meses da pandemia.

Dados de quinta-feira (11) revelaram que os preços ao consumidor caíram 0,1% em relação a maio. Em uma base anual, a alta dos preços desacelerou para 3% no mês passado, de 3,3% em maio.

A baixa bem-vinda na inflação levou os investidores a melhorarem os ânimos sobre quando Federal Reserve (Fed) poderia começar a cortar as taxas de juros.

As expectativas de Wall Street para um corte de taxa em setembro aumentaram para aproximadamente 93% na quinta-feira, de 73% no dia anterior, de acordo com a ferramebta CME FedWatch.

“Um corte na taxa em setembro deve ser um acordo fechado neste momento”, escreveu em nota Ron Temple, estrategista-chefe de mercado da Lazard.

Economistas do BNP Paribas atualizaram na quinta-feira seu cenário-base para refletir um corte de taxa em setembro, citando a mistura de inflação de junho e dados de empregos. Eles esperam dois cortes de 0,25 ponto percentual em 2024 - atualmente a taxa esta entre 5,25% e 5,5%.

O Fed tem um mandato duplo: manter os preços estáveis ​​e os níveis de desemprego baixos. O banco central dos EUA começou a aumentar as taxas de juros em 2022 para domar a inflação rebelde, e as mantém no maior patamar em 23 anos desde julho passado.

Os dados de quinta-feira, juntamente com um mercado de trabalho em arrefecimento, mas resiliente, são um sinal encorajador de que o Fed será capaz de cumprir seu mandato duplo e começar a aliviar as taxas altíssimas em setembro.

A economia dos EUA adicionou 206.000 empregos em junho, abaixo de uma contagem revisada para baixo de 215.000 empregos em maio, e a taxa de desemprego ultrapassou 4% pela primeira vez desde novembro de 2021.

Novos pedidos de auxílio-desemprego também aumentaram nas últimas semanas.

O presidente do Fed, Jerome Powell, não deu dicas sobre quando o banco central poderia começar a cortar as taxas durante seu depoimento ao Congresso no início desta semana.

Mas ele reconheceu que a inflação moderou e que o mercado de trabalho está "forte, mas não superaquecido" — um afastamento de apenas alguns meses atrás, quando a inflação mostrou sinais de reaceleração e o mercado de trabalho permaneceu em alta.

Ainda assim, o Fed terá que analisar mais dados antes de sua reunião de setembro, o que pode alterar sua trajetória.

Alguns economistas temem que, se o Fed não cortar as taxas até lá, rachaduras podem começar a se aprofundar no mercado de trabalho.

Alguns investidores estão preocupados de que a economia possa enfraquecer perigosamente mesmo antes disso.

Um corte na taxa em setembro “pode não ser o elixir mágico que alguns investidores estão buscando”, escreveu Brent Schutte, diretor de investimentos da Northwestern Mutual Wealth Management, em nota.

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