'A China seria dona dos EUA se Biden fosse presidente', diz Trump em convenção

Republicano procurou associar Joe Biden ao regime de Pequim e voltou a responsabilizar o governo chinês pela propagação da pandemia de coronavírus

Diego Freire e Guilherme Venaglia,
Compartilhar matéria
https://www.youtube.com/watch?v=iWDy6rAUAzQ

No discurso em que aceitou a nomeação republicana para concorrer à reeleição como presidente, Donald Trump buscou associar seu adversário na campanha, o democrata Joe Biden, como o candidato preferido do regime chinês. 

"Biden sempre viu a ascensão da China como algo positivo para os EUA. É por isso que a China quer desesperadamente que ele ganhe", disse Trump durante sua fala, diretamente da Casa Branca, encerrando a Convenção Nacional Republicana nesta quinta-feira (27).

"A China seria dona do nosso país se Biden fosse presidente", acrescentou o republicano. "A plataforma de Joe Biden é o 'Made in China', a minha é o 'Made in the USA'".

Assista e leia também:
Da Casa Branca, Trump coloca Biden como perigoso e promete reconstruir economia

Trump criticou Biden por, segundo ele, ter "apoiado a entrada da China na OMC".

Em diversas referências, o republicano associou o crescimento da economia chinesa ao aumento do desemprego nos Estados Unidos. 

"Por 47 anos Joe Biden usou a doação de operários e os abraçou, até os beijou. Disse que sentia a dor deles e voava de volta para Washington para mandar os empregos para a China e outros lugares distantes".

"Depois das calamidades de Biden, os EUA perderam centenas de milhares de empregos. Eles (os que perderam os empregos) não queriam ouvir a palavra empatia, queriam os empregos de volta", afirmou.

Em um trecho no qual citou diretamente a China, Trump também fez uma referência velada ao país ao dizer que os Estados Unidos "vencerão a corrida do 5G".

 

"Vírus chinês"

A China foi amplamente citada no discurso também no momento em que Trump comentou a pandemia de Covid-19. O republicano voltou a se referir ao novo coronavírus como "vírus chinês" e disse que "diferentemente de Biden, farei eles (a China) serem responsáveis pela tragédia que causaram".

"Fomos atingidos por essa pandemia que a China permitiu que se espalhasse ao redor do mundo", disse o republicano, que se colocou entre os americanos que "perderam amigos e pessoas amadas para essa doença horrível".

A exemplo de seu vice Mike Pence, Trump também se mostrou otimista com o desenvolvimento de uma vacina americana ainda em 2020 e afirmou que o governo conseguiu mobilizar, para conter a pandemia, "a maior força desde a II Guerra Mundial".

"Nenhum americano que precisou ficou sem respirador, o que é um milagre", celebrou Trump, que também citou os Estados Unidos como donos do "sistema de testes mais avançado do mundo" e destacou a aprovação do tratamento por plasma convalescente.

Trump fez um apelo pela reabertura da economia e volta das aulas presenciais no país. Disse estar ao lado da ciência ao adotar uma "abordagem diferente";

"O plano de Joe Biden não é uma solução para o coronavírus e sim uma rendição ao coronavírus. Temos abordagem diferente. Olhamos aqueles com mais risco, principalmente os mais velhos, e olhamos aqueles com menor risco para voltarem às ruas, sobretudo às escolas", comentou.

"Juntos vamos esmagar esse vírus", bradou, seguido por aplausos de seus seguidores. 

 

Assista e leia também:
Pence aceita nomeação com discurso duro contra Biden: 'Caminho do declínio'

Trump fará 'justiça' contra a China pela Covid-19, diz Mike Pompeo em convenção

Política externa

"Ao contrário de outros governos, mantive os Estados Unidos fora de novas guerras e nossos militares voltaram para casa", afirmou Trump, pouco após afirmar que Joe Biden "passou toda a sua carreira terceirizando seus sonhos e de outros trabalhadores americanos. Levando os filhos deles para lutar em guerras estrangeiras sem fim".

O republicano considerou que o Oriente Médio estava um "caos completo" quando assumiu a presidência em 2016 e listou ações que realizou na região. 

"Saí daquele acordo unilateral que havia sido feito com o Irã. Cumpri minha promessa reconhecendo a verdadeira capital de Israel, que fica em Jerusalém. Reconhecemos a soberania de Israel sobre as Colinas de Galã e conseguimos o acordo de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos".

"Acabamos com 100% do califado islâmico e matamos seu líder e, em uma operação separada, eliminamos o terrorista número 1 do mundo, [Qasem] Soleimani [major-general iraniano da Guarda Revolucionária Islâmica]", prosseguiu o republicano. 

Ainda sobre política externa, Trump lembrou da saída dos Estados Unidos do acordo do Nafta - "o pior acordo do mundo", segundo ele - e disse que as fronteiras do país "estão mais seguras do que nunca" com a construção de um muro na fronteira mexicana. 

"(O muro) estará pronto em breve e vai superar até mesmo nossas expectativas", prometeu. 

 

Corrida espacial

Trump lembrou, ainda, do lançamento recente da nava espacial Crew Dragon, o primeiro lançamento espacial feito de solo americano em quase uma década. Ele citou o progresso espacial como um de seus feitos no governo e repetiu promessas anteriores nesse campo.

O presidente americano disse que os Estados Unidos serão o primeiro país a levar uma mulher à Lua e o primeiro a "hastear sua bandeira em Marte".

Citando seus planos de investimentos em projetos em espacial, Trump voltou a dirigir um ataque ao oponente democrata. "Nos últimos anos acabamos com o dano deixado por pessoas como Joe Biden nos últimos 47 anos", disse em diferentes momentos do discurso. 

'A China seria dona dos EUA se Biden fosse presidente', diz Trump em convenção | CNN Brasil