Biden e Netanyahu devem discutir ataque ao Irã nesta quarta-feira, diz fonte
Seria primeira conversa entre o presidente americano e o premiê israelense desde agosto
O presidente dos EUA Joe Biden deve discutir nesta quarta-feira (9) com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu os planos de Israel para atacar o Irã, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
O Oriente Médio tem estado nervoso à espera da resposta de Israel a um ataque com mísseis do Irã na semana passada, que Teerã realizou em retaliação à escalada militar de Israel no Líbano. O ataque iraniano teve impacto limitado em Israel e Washington considerou-o ineficaz.
Netanyahu prometeu que o Irã pagaria pelo seu ataque com mísseis, enquanto Teerã disse que qualquer retaliação seria recebida com grande destruição, aumentando o receio de uma guerra mais ampla na região produtora de petróleo que poderia atrair os Estados Unidos.
A retaliação de Israel será um tema-chave do apelo, com Washington esperando avaliar se a resposta é apropriada, disse outra pessoa informada sobre as discussões.
A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário.
Biden disse na sexta-feira passada que pensaria em alternativas para atacar os campos petrolíferos iranianos se estivesse no lugar de Israel, acrescentando que acha que Israel ainda não chegou a um consenso sobre como responder ao Irã. Na semana passada, ele também disse que não apoiaria Israel a atacar instalações nucleares iranianas.
Israel tem enfrentado apelos para concordar com um acordo de cessar-fogo em Gaza e no Líbano por parte dos Estados Unidos e de outros aliados, mas disse que continuará as suas operações militares até que os israelenses estejam seguros.
Biden e Netanyahu também deverão discutir os conflitos com o Hamas em Gaza e com o Hezbollah no Líbano, entre outros temas.
Biden e seus assessores falaram sobre uma possível ligação com Netanyahu desde o final de setembro. Seria a primeira conversa que chegaria ao conhecimento do público desde agosto, em meio a uma forte escalada do conflito com o Hezbollah e o Irã.
Israel diz que está se defendendo depois que militantes do Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 e fazendo 250 reféns, de acordo com registros israelenses, e de ataques de outros militantes, incluindo o Hezbollah, que apoiam o Hamas.
Os Estados Unidos disseram que apoiam Israel na perseguição de alvos apoiados pelo Irã, como o Hezbollah e o Hamas.
Mas Israel e Netanyahu, em particular, enfrentaram uma condenação generalizada pelos quase 42.000 palestinos mortos na guerra de Gaza, segundo o ministério da saúde local, e pelas mortes de mais de 2.000 pessoas no Líbano.
Biden e Netanyahu tiveram grandes divergências sobre a condução da guerra nos últimos meses, criando um encontro potencialmente tenso.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, cancelou uma visita prevista para esta quarta-feira ao Pentágono, disse o Pentágono, enquanto a mídia israelense informou que Netanyahu queria primeiro falar com Biden.
Cerca de três milhões de pessoas em Gaza e no Líbano foram deslocadas pelas campanhas militares de Israel, segundo autoridades palestinas e libanesas, e Gaza também enfrenta uma crise humanitária com falta de alimentos e água potável.