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Democratas garantem margens amplas contra republicanos em eleições nos EUA

Nos quatro principais pleitos, a oposição teve uma vantagem de, pelo menos, 9 pontos percentuais; vantagem na Califórnia ultrapassou os 2 milhões de votos

Danilo Cruz, da CNN Brasil, em São Paulo
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Após pouco mais de um ano, eleitores de alguns estados e cidades americanas voltaram às urnas para escolher governadores e prefeitos. Nas quatro principais eleições da noite desta terça (4), o Partido Democrata garantiu uma vitória com pelo menos 9 pontos percentuais a frente dos candidatos republicanos em todas elas.

A maior diferença ficou no estado da Califórnia. O local realizou um plebiscito para consultar a possível redistribuição do mapa de distritos estaduais, algo que pode favorecer os democratas na próxima eleição para o Congresso americano com cinco novos assentos.

A opção favorável a medida teve 63,9%, com mais de 5 milhões de votos. Já a escolha pelo "não" à mudança ficou com apenas 36,1%, representando quase 3 milhões de pessoas. A diferença entre as opções foi de 2 milhões e 300 mil votos. Até o momento da publicação da reportagem, 77% das urnas foram apuradas.

Outro destaque foi o estado da Virgínia, que elegeu sua primeira governadora da história, a ex-agente da CIA Abigail Spanberger. Ela garantiu 57,2% contra a republicana Winsome Earle-Sears, que ficou com 42,6%. Mais de 400 mil votos dividiram os candidatos.

Situação parecida ocorreu na eleição para o governo de Nova Jersey, que terminou com a vitória de Mikie Sherrill. Ela ficou mais de 13 pontos percentuais a frente de Jack Ciattarelli, o segundo colocado no pleito.

Spanberger e Sherrill foram eleitas com um discurso mais ao centro, em um esforço de coalizão para vencer em distritos indecisos. O prefeito eleito de Nova York Zohran Mamdani teve uma postura diferente.

Mamdani se descreve como um "democrata socialista" e emplacou falas sobre expansão de programas sociais e transporte público gratuito.

Com uma campanha voltada às redes sociais por meio de uma linguagem jovem e acessível, Mamdani também garantiu uma vitória expressiva, de quase 10 pontos percentuais frente ao segundo colocado, o ex-governador do estado de Nova York Andrew Cuomo.

Segundo o professor da Universidade George Washington, Mauricio Moura, a queda de popularidade do presidente americano, Donald Trump, pesou para as margens tão amplas nessas eleições.

"Em Nova Jersey e em Virgínia houve uma mudança de lado dos eleitores independentes... Existe uma insatisfação desses eleitores com a gestão da economia da Casa Branca, especialmente a gestão da inflação", afirmou durante participação no WW. 

Segundo o professor, os resultados foram surpreendentes até para os democratas, que esperavam uma diferença menor nos votos.

Para os republicanos, os números desta eleição foram negativos porque "Trump não estava nas urnas" e em decorrência da paralisação do governo americano - fator que se tornou predominantemente atribuído ao partido.

Uma pesquisa da CNN feita no final de outubro mostrou que o presidente americano está com o menor nível de aprovação no segundo mandato até o momento, com 37%.