Descrever deslocamento de palestinos como voluntário é "absurdo", diz Egito
Ministro das Relações Exteriores criticou ação de Israel na Cidade de Gaza e a demora em alcançar um cessar-fogo

O ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, afirmou neste sábado (6) que descrever o deslocamento de palestinos em Gaza como voluntário é um "absurdo". O Egito é um mediador fundamental nos esforços para encerrar a guerra.
Israel ordenou que os moradores da Cidade de Gaza se desloquem para o sul do território, à medida que as forças avançavam para dentro da maior área urbana de Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apoiou a ideia de que os palestinos em Gaza deveriam ter permissão para deixar o território voluntariamente e sugeriu que outros países aceitassem recebê-los.
"Se há fome provocada pelo homem (em Gaza), é para expulsar os moradores de suas terras. É um absurdo dizer que se trata de deslocamento voluntário", disse Abdelatty em uma coletiva de imprensa conjunta com o comissário-geral da agência da ONU para refugiados palestinos, Philippe Lazzarini.
O ministro egípcio também disse que conversou com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, na sexta-feira (5) e discutiu a intensificação dos esforços para implementar uma proposta de cessar-fogo.
Ele culpou Israel pela demora em alcançar um cessar-fogo. O Hamas concordou em agosto com uma proposta de cessar-fogo de 60 dias com Israel, que incluía a devolução de metade dos reféns mantidos em Gaza e a libertação de alguns prisioneiros palestinos por Israel.
Uma fonte oficial egípcia disse que a proposta aceita pelo Hamas incluía a suspensão das operações militares israelenses por 60 dias e delineou uma estrutura para um acordo para encerrar o conflito de quase dois anos.
Dias depois, Netanyahu disse que Israel retomaria imediatamente as negociações para a libertação de todos os reféns mantidos em Gaza e o fim da guerra, mas em termos aceitáveis para Israel.


