Índice de aprovação de Trump na economia supera o de Obama e Bush
Avaliação é melhor que a de George W. Bush em 2004 e a de Barack Obama em 2012; durante pandemia, o que importa para os eleitores é mais do que empregos


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sempre gostou de falar sobre como a economia estava forte durante seu governo.
Embora possa ser difícil julgar o desempenho econômico de um presidente porque há um limite para o que ele pode controlar, os americanos em geral, e os eleitores especificamente, parecem concordar com Trump.
Se a economia fosse a única coisa que importasse, ele provavelmente teria sido reeleito presidente dos Estados Unidos.
De acordo com a última pesquisa da Universidade Quinnipiac, quando os eleitores foram questionados se as políticas de Trump ajudaram, prejudicaram ou não fizeram diferença para o estado da economia, 50% disseram que ajudaram.
Esse é o resultado mais positivo que Trump obteve durante toda a sua presidência nos levantamentos da Quinnipiac. Apenas 30% disseram que suas políticas prejudicaram.
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Os eleitores não esperam esse tipo de ação do sucessor de Trump, o presidente eleito Joe Biden. Apenas 39% dizem que as políticas econômicas do democrata vão ajudar o país, enquanto 38% dizem que vão prejudicar.
Com base apenas no que os eleitores estão dizendo, a economia não é o que custou ao republicano um segundo mandato. Na verdade, foi o que quase o levou a um segundo mandato durante uma pandemia, cuja performance de Trump foi criticada pelos eleitores.
As fortes avaliações de Trump sobre a economia são provavelmente o motivo pelo qual ele tentou continuamente focar as discussões das eleições de 2020 nesse ponto. O que ele parecia nunca entender é que, durante uma pandemia, o que importa para os eleitores é mais do que apenas empregos.
De fato, na economia, Trump parece ter superado não apenas seu sucessor, mas também seu antecessor, Barack Obama. Quando questionados pela Quinnipiac em novembro de 2016, 44% dos eleitores disseram que as políticas de Obama ajudaram a economia, em comparação com 38% que disseram que os prejudicava.
Olhando ainda mais longe, fica claro que o histórico de Trump é visto como um dos melhores para um primeiro mandato nos últimos 45 anos.

A maioria dos eleitores (52%) disse aprovar o desempenho econômico do republicano na pesquisa Quinnipiac. Outras pesquisas similares apontam o índice de aprovação econômica de Trump em 50% ou mais.
Isso pode ser uma surpresa para quem está olhando para as medidas econômicas usuais. John Harwood, correspondente da CNN na Casa Branca, apontou que “Trump deixará o cargo com um histórico econômico ruim”, em uma série de indicadores. Empregos foram perdidos durante a administração Trump, por exemplo.
A desconexão entre o histórico econômico de Trump através das métricas que a maioria dos analistas examina e como os eleitores pensam que ele está deixando o cargo é interessante.
Pode ser que os eleitores não culpem Trump por qualquer declínio econômico causado pela pandemia do novo coronavírus. Talvez os eleitores acreditem que Trump se saiu melhor do que um presidente médio teria se saído em uma situação tão difícil.
De qualquer forma, o índice de aprovação econômica de Trump é mais alto do que o de outros presidentes que perderam a disputa por um segundo mandato, como Gerald Ford, Jimmy Carter e George H.W. Bush.
O índice de aprovação econômica de Ford em uma pesquisa da CBS News realizada no final da campanha de 1976 era de 46%, o mais alto entre esses três.
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Já Carter foi horrível, com meros 13% lhe dando uma avaliação excelente ou boa sobre a economia em uma pesquisa da ABC News de novembro de 1980. Bush regularmente teve um índice de aprovação econômica abaixo de 20% nas pesquisas de outubro de 1992.
O índice de aprovação econômica de Trump é, na verdade, muito mais semelhante ao dos presidentes que foram reeleitos.
Ronald Reagan, que chegou a um segundo mandato, teve 54% de aprovação econômica em uma pesquisa da CBS News em outubro de 1984. Bill Clinton tinha um índice médio de aprovação econômica de cerca de 55% em outubro de 1996.
Tanto George W. Bush em 2004 quanto Obama em 2012 tinham, na verdade, índices de aprovação econômica na casa dos 40 pontos, pouco antes de os eleitores os escolherem para mais quatro anos.
Dito de outra forma: o índice de aprovação econômica de Trump é, na verdade, melhor do que o dos dois presidentes anteriores que foram reeleitos.
Na verdade, quase todas as pesquisas feitas em 2012 revelaram que Obama perdeu na economia para Mitt Romney.
Isso é semelhante ao que aconteceu este ano, quando Trump geralmente derrotava Biden nas pesquisas ao questionarem os eleitores sobre quem era mais confiável para lidar com a economia.
Nem para Romney nem para Trump, no entanto, isso foi o suficiente para vencer.
(Texto traduzido; leia o original em inglês)