Nobel de Física premia trio por trabalho que ajuda a compreender mudança climática

Cientistas dividem prêmio de 10 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 6,1 milhões; Nobel da Paz será anunciado nesta sexta-feira (8)

Rafaela Lara e Julyanne Jucá, da CNN, em São Paulo
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A Academia Real das Ciências da Suécia anunciou nesta terça-feira (5) os vencedores do Prêmio Nobel 2021 em Física. O trio de pesquisadores Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi são os vencedores deste ano "por contribuições inovadoras para a nossa compreensão de sistemas físicos complexos."

O trabalho desenvolvido por eles ajudou a compreender como se dão as mudanças climáticas que afetam o planeta.

"Três laureados compartilham o Prêmio Nobel de Física deste ano por seus estudos de fenômenos 'caóticos' e aparentemente aleatórios. Syukuro Manabe e Klaus Hasselmann estabeleceram a base do nosso conhecimento sobre o clima da Terra e como a humanidade o influencia. Giorgio Parisi é recompensado por suas contribuições revolucionárias à teoria de materiais desordenados e processos aleatórios", anunciou a Academia.

Em 2020, o Nobel de Física também foi para um trio de cientistas por suas descobertas sobre um dos fenômenos mais exóticos do universo: os buracos negros.

Neste ano, os cientistas dividem prêmio de 10 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 6,1 milhões. Do total, metade será para Syukuro Manabe e Klaus Hasselmann e a outra metade para Giorgio Parisi.

Após o anúncio do nome dos vencedores, a Academia detalhou os feitos de cada um dos cientistas que levaram a mais alta honraria de Física.

Manabe, de 89 anos, nascido no Japão, foi reconhecido por sua demonstração de como o aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera leva ao aumento da temperatura na superfície da Terra. "Seu trabalho lançou as bases para o desenvolvimento dos modelos climáticos atuais", diz a Assembleia do Nobel.

Ele estudou na Universidade de Tóquio e atua como metereologista sênior da Universidades de Princeton, nos Estados Unidos.

O alemão Hasselmann, de 89 anos, criou um modelo físico que liga tempo e clima. Atualmente, os métodos criados por ele têm sido usados para provar que o aumento da temperatura na atmosfera é devido às emissões humanas de dióxido de carbono.

Hasselmann estudou na Universidade de Göttingen, na Alemanha. Atualmente, ele é professor do Instituto de Metereologia Max Planck, em Hamburgo.

Já o italiano Parisi, de 72 anos, descobriu padrões ocultos em materiais complexos desordenados. "Suas descobertas estão entre as contribuições mais importantes para a teoria dos sistemas complexos". Ele se formou na Universidade Sapienza de Roma, na Itália, e é professor da instituição.

 

Prêmio Nobel de Medicina

As premiações começaram nesta segunda-feira (4), com a láurea de Medicina concedida a dupla David Julius e Ardem Patapoutian. Eles ganharam o prêmio por suas descobertas sobre receptores de temperatura e toque.

“Nossa capacidade de sentir o calor, o frio e o toque é essencial para a sobrevivência e sustenta nossa interação com o mundo ao nosso redor. Em nossa vida diária, consideramos essas sensações naturais, mas como os impulsos nervosos são iniciados para que a temperatura e a pressão possam ser percebidas? Esta questão foi resolvida pelos ganhadores do Prêmio Nobel deste ano”, explicou a Academia ao anunciar os laureados.

Julius tem 65 anos e nasceu em Nova York – atualmente, ele é professor da Universidade da Califórnia, em São Francisco. Nascido no Líbano, Patapoutian, de 53 anos, é professor do Howard Hughes Medical Institute, em La Jolla, na Califórnia.

Eles comemoraram o prêmio em casa ao lado da família. A cerimônia de entrega do Nobel acontece em dezembro.

Veja o cronograma do Prêmio Nobel

  • Medicina: segunda-feira (4)
  • Física: terça-feira (5)
  • Química: quarta-feira (6)
  • Literatura: quinta-feira (7)
  • Paz: sexta-feira (8)
  • Economia: segunda-feira (11)