Trump entra na Justiça para que Twitter reabra sua conta

Em recurso apresentado à corte no Distrito Sul da Flórida, republicano argumenta que empresa de mídia social foi 'coagida' por membros do Congresso dos EUA a suspender seu acesso

Akriti Sharma, da Reuters
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Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, pediu a um juiz federal na Flórida na sexta-feira (1) que obrigue o Twitter a restaurar sua conta, removida em janeiro por risco de incitação à violência.

Trump entrou com um pedido de liminar contra o Twitter no Tribunal Distrital dos EUA no Distrito Sul da Flórida, argumentando que a empresa de mídia social foi "coagida" por membros do Congresso dos EUA a suspender sua conta.

O Twitter, assim como várias outras plataformas de mídia social, baniu Trump de seus serviços depois que uma multidão de seus apoiadores atacou o Capitólio dos EUA em um protesto que deixou mortos em 6 de janeiro.

Esse ataque ocorreu após um discurso de Trump no qual ele reiterou falsas alegações de que sua derrota eleitoral, em novembro de 2020, foi causada por uma fraude generalizada – afirmação rejeitada por vários tribunais e funcionários eleitorais estaduais.

O Twitter "exerce um grau de poder e controle sobre o discurso político neste país que é incomensurável, historicamente sem precedentes e profundamente perigoso para abrir o debate democrático", disseram os advogados de Trump no processo.

A pedido dos advogados de Trump foi relatado primeiro pela Bloomberg. O Twitter se recusou a comentar o pedido quando contatado pela Reuters.

No momento da remoção da conta de Trump permanentemente, o Twitter disse que os tuítes do ex-presidente haviam violado a política da plataforma que proibia a "glorificação da violência".

A empresa afirmou na época que as mensagens de Trump que levaram à remoção eram "altamente prováveis" de encorajar as pessoas a replicar o que aconteceu nos distúrbios no Capitólio.

Antes de ser bloqueado, Trump tinha mais de 88 milhões de seguidores no Twitter e o usava como seu megafone de mídia social.

No processo, os advogados do republicano argumentaram que o Twitter permitia que o Talibã tuitasse regularmente sobre suas vitórias militares no Afeganistão, mas o censurou durante sua presidência rotulando seus tuítes como "informações enganosas" ou indicando que violaram as regras da empresa contra "glorificar a violência".

Em julho, Trump processou Twitter, Facebook e Alphabet – proprietária do Google –, assim como seus principais executivos, alegando que silenciaram ilegalmente os pontos de vista conservadores.