Polícia investiga suspeita de tortura em caso de homem espancado por seguranças em supermercado
Segundo a vítima, além das agressões, os seguranças o xingaram de termos como “noia” e “cracudo ladrão”
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar possível crime de tortura contra um homem em supermercado de Bauru, no interior de São Paulo, que sofreu agressões, após ter sido acusado de furtar um chocolate. O caso era investigado apenas como injúria e vias de fato.
A investigação policial identificou 8 seguranças que aparecem nas imagens agredindo o cliente. Caso condenados, os envolvidos podem ter de cumprir até oito anos de prisão.
Em um comunicado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, informou que já foram realizadas oitivas e os vídeos das agressões foram encaminhados à perícia.
A rede de supermercados Confiança, onde aconteceram as agressões, não está sendo investigada, segundo Ricardo Braviera, advogado do cliente.
“A empresa repudia veementemente qualquer tipo de violência, considera o ato gravíssimo, inadmissível e que vai contra todos seus protocolos e valores. Informamos que os funcionários envolvidos foram prontamente demitidos de suas funções e seguimos colaborando com as investigações. Reafirmamos o compromisso com a segurança de todos os clientes e colaboradores, atuando intensamente no treinamento das equipes de segurança e prevenção, para que episódios como esse jamais se repitam”, diz comunicado do supermercado.
O caso
Em seu depoimento à polícia, o homem relatou que comprou cerveja, vinho, papel toalha e dois chocolates. Junto aos chocolates, ele também colocou no bolso outro bombom, que se esqueceu de pagar.
A partir das imagens do circuito interno, é possível ver que ele foi abordado por seguranças, após ter passado pelo caixa e pagado pelos produtos. As agressões começaram ainda no setor de hortifrúti do estabelecimento.
De lá, o homem foi levado a uma sala, onde as agressões continuaram. Ele contou que os seguranças o xingaram de termos como “noia” e “cracudo ladrão”.
No boletim de ocorrência, o homem conta que ainda na sala do mercado, os policiais alertaram os seguranças que tinham agido incorretamente.
“Fiquei lá até a chegada do Policial Militar, que alertou os seguranças que não deveriam ter agido daquela forma”.
O cliente do supermercado foi levado à delegacia. Na ocasião, o advogado da vítima, disse que ele precisou ser encaminhada a uma Unidade de Pronto Atendimento em razão das agressões.