Polícia trata morte do suspeito de furto atropelado em São Paulo como homicídio
Informação é do advogado da família de Matheus Campos; objetivo é que o motorista de aplicativo acusado do crime seja indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar
O advogado da família de Matheus Campos, jovem de 21 anos atropelado e morto após supostamente roubar um celular, Walisson dos Reis Pereira da Silva, disse que a polícia chegou a conclusão de que o rapaz foi vítima de um homicídio.
“Pelo menos o culposo (sem intenção de matar) a gente já conseguiu. Agora vamos trabalhar para o doloso (com intenção)”, afirmou na porta do 5° DP, na Liberdade, responsável pelo caso.
O boletim de ocorrência foi registrado inicialmente como “furto e morte suspeita/acidental”, mas o delegado titular havia afirmado à CNN que a tipificação poderia mudar no relatório final.
Na manhã desta sexta-feira (5), a Polícia Civil ouviu Talita Campos, irmã da vítima de atropelamento.
A cuidadora de idosos desempregada disse que a família não tem dúvidas de que houve omissão de socorro por parte do motorista de aplicativo Christopher Rodrigues, de 27 anos.
O depoimento dela foi solicitado justamente para ajudar a esclarecer se o motorista negou-se a socorrer a vítima e se houve incitação ao crime a partir das publicações nas redes sociais.
Após o atropelamento, no último dia 25, o motorista gravou um vídeo em que aparece debochando da situação. Sem demonstrar arrependimento, Christopher disse, entre outras coisas, “menos um fazendo o L”, uma alusão ao símbolo dos eleitores do presidente Lula, durante as eleições presidenciais.
Na tarde desta sexta mais duas testemunhas devem ser ouvidas. São as passageiras que estavam no carro de aplicativo no qual o motorista foi supostamente furtado.
Os assistentes de defesa da família de Matheus querem a prisão preventiva de Christopher.