Racismo no Brasil não é estrutural, é institucional, defende professor

O racismo no Brasil não é estrutural, mas, sim, institucional. É o que defende o professor emérito da UFRJ Muniz Sodré.

À CNN Rádio, no CNN no Plural, ele, que é autor do livro “O Fascismo da Cor”, afirmou que não condena o uso do termo racismo estrutural, mas que tem outra opinião sobre o tema.

“O racismo no Brasil foi estrutural até a abolição, que tinha sociedade escravagista, e esse racismo provinha dos sistemas jurídico, político e econômico”, disse.

O especialista afirma que essa estrutura acabou com a abolição: “O racismo é pós-abolicionista, chega com ideias fascistas de eugenia, do ‘melhoramento’ da população pela cor.”

Segundo o escritor, o racismo se manifesta por meio de instituições, com médicos, intelectuais e jornalistas que “cristalizam o racismo no Brasil, que é veiculado por instituições.”

“A luta contra o racismo não é contra estrutura abstrata, é concreta, em cima, por exemplo, das instituições escolar, familiar, religiosa e de estado”, explicou.

Muniz Sodré avalia que falar que o racismo estrutural passa a impressão de que “não há nada a fazer” a respeito.

Ele vê que o caminho para combater o racismo passa pela “lógica da aproximação”, com vizinhança e aproximação entre as diferenças, seja no trabalho, no edifício, no clube, ou onde for.

*Com produção de Isabel Campos