Alckmin aparece em foto ao lado de livro sobre inocência de Lula na Lava Jato

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) se encontrou na sexta-feira (1º), em São Paulo, com o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, organização crítica à Operação Lava Jato.

Os dois foram fotografados juntos, e Alckmin, cotado para ser candidato a vice-presidente em uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aparece ao lado de um livro segurado por Carvalho cujo título é “Memorial da Verdade: Por que Lula é inocente e por que tentaram destruir o maior líder do Brasil”.

A obra foi lançada pelo Partido dos Trabalhadores, e apresenta os argumentos da tese que defende a inocência de Lula em inquéritos no âmbito da Lava Jato, incluindo “20 vitórias judiciais consecutivas da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

A primeira aparição pública de Alckmin e Lula, após começarem as especulações sobre a parceria, ocorreu em um encontro do Grupo Prerrogativas, em dezembro de 2021.

O grupo sempre adotou uma posição crítica em relação à Operação Lava Jato e diz ter “posturas progressistas, garantistas e de defesa intransigente da democracia, instituições e liberdade de imprensa”.

De acordo com o Grupo Prerrogativas, o encontrou durou cerca de duas horas, e Carvalho entregou livros para o ex-governador, incluindo o exemplar que aponta uma perseguição a Lula.

“Uma conversa muito agradável. Falamos sobre a necessidade de reconstruir e reconciliar o país, e ele mostrou muita disposição e muita disponibilidade de participar ativamente deste processo”, afirmou Carvalho.

No âmbito da Lava Jato, o ex-presidente Lula chegou a ser condenado a nove anos de prisão pelo então juiz Sergio Moro, após a acusação de que ele teria recebido um apartamento triplex no Guarujá como propina.

Ele também foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pela juíza Gabriela Hardt por ter supostamente aceitado a realização de reformas em um sítio em Atibaia, no valor de R$ 1 milhão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações em março de 2021, alegando que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar o ex-presidente.

Relator do caso, o ministro Edson Fachin considerou que não havia o apontamento de qualquer ato praticado por Lula no contexto das contratações realizadas pelo Grupo Odebrecht com a Petrobras, o que afastaria a competência da 13ª Vara.

Em 2022, a justiça do Distrito Federal arquivou o caso do triplex, após solicitação da Procuradoria da República, que alegou que os supostos crimes já prescreveram. Já o caso do sítio teve uma denúncia rejeitada pela justiça do DF, que afirmou em 2021 que o Ministério Público não havia apresentado provas para recomeçar a ação.

Indicação oficial de Alckmin deve ocorrer na próxima semana

Segundo a âncora da CNN Daniela Lima, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) deve oficializar a indicação de Alckmin como vice de Lula na próxima semana, em uma reunião de lideranças do partido e do PT.

No entanto, a formalização da candidatura de ambos deve acontecer apenas em maio, já que Lula quer analisar o mapa completo das mudanças de legenda durante a janela partidária antes de definir a agenda da coligação.

Alckmin se filiou ao PSB no dia 23 de março, após décadas no PSDB. No discurso de filiação, enalteceu a pré-candidatura do ex-presidente Lula como a que melhor representa a “esperança do povo brasileiro”.

“Nós temos que ter os olhos abertos para enxergar e ter a humildade de entender que ele [Lula] é hoje aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro”, afirmou o ex-governador.

Segundo Alckmin, Lula representa a “própria democracia, porque é fruto dela” e, por ter conhecido as “vicissitudes”, é quem mais bem “interpreta o sentimento da alma nacional”.

Eleições 2022

A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

Veja quem são os pré-candidatos à Presidência da República em 2022

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