Boulos diz que Lula é contra privatização da Copasa e critica Zema

Segundo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, não houve exigência no Propag (Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados) sobre a venda da companhia de saneamento

Lucas Schroeder, da CNN Brasil, São Paulo
Guilherme Boulos (PSOL-SP)
Guilherme Boulos (PSOL), ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e deputado federal licenciado  • Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, disse nesta quarta-feira (5) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contra a privatização da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

Em entrevista à Itatiaia, Boulos relatou que não houve exigência no Propag (Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados) sobre a venda da companhia.

"Zema tem que assumir as responsabilidades por suas decisões. Ele decidiu privatizar a Copasa. Quero dizer que o governo federal não defende a privatização de saneamento. Somos contra, até porque, veja o que aconteceu: privatizaram a maior companhia de saneamento de água e esgoto da América Latina, que é a Sabesp, e sabe o que aconteceu? Piorou a qualidade do serviço e aumentaram as contas", afirmou o ministro.

Segundo Boulos, a privatização de companhias de saneamento tende a aumentar a conta da população e diminuir investimentos no setor.

"Por isso, sou solidário aos trabalhadores do saneamento e ao povo de Minas Gerais, que está contra a privatização da Copasa. Se a privatização da Copasa fosse boa, como o governador Zema defende, por que ele teme fazer um referendo com a população e ouvir se o povo é a favor ou contra?", questionou o ministro.

Ainda de acordo com Boulos, a decisão de Zema de privatizar a Copasa "atende muito mais a interesses da Faria Lima, de bancos que querem lucrar em cima do saneamento, do que garantir um serviço de qualidade para o povo de Minas Gerais".

Na entrevista de hoje, o ministro também criticou a megaoperação contra o crime organizado conduzida pelas forças de segurança do Rio de Janeiro na semana passada. Para ele, a ação policial foi "desastrosa".

Em Minas, Boulos participa nesta quarta-feira de atos em recordação aos dez anos do rompimento da barragem de Mariana, que deixou 19 mortos.