Comissões do Congresso cobram Itamaraty sobre guerra na Ucrânia
Congressistas e outras autoridades pressionam ministro Carlos França por uma posição mais firme do Brasil em conflito
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, por uma nota na manhã desta quinta-feira (24), que acompanha com “grave preocupação” os ataques da Rússia à Ucrânia que acontecem desde as primeiras horas desta quinta-feira (24).
Apesar da nota, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não se posicionou oficialmente sobre o ataque da Rússia à Ucrânia.
Segundo apurou a âncora da CNN Daniela Lima, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, foi acionado diversas vezes desde a manhã por congressistas e outras autoridades, como o deputado Aécio Neves (PSDB), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, pressionando por uma posição do Brasil.
França tem dito que a posição do governo vem evoluindo nas últimas 24 horas, e que a posição do Brasil não é de neutralidade, mas de equilíbrio, defendendo uma solução pacífica.
O ministro reforçou que o Brasil tem que ter a precaução de não se alinhar à Otan, por não fazer parte da organização.
O ministro Carlos França ficou de conversar com Jair Bolsonaro, na tentativa de apresentar uma posição mais firme do país quanto a situação na Ucrânia.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)