Geraldo Alckmin deixa PSDB após 33 anos no partido
Ex-governador não afirmou se irá se filiar a um novo partido, mas disse que "anunciará os próximos passos em breve"
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira (15) sua saída do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) após mais de 33 anos na sigla.
“É um novo tempo! É tempo de mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho”, afirmou no Twitter.
Alckmin agradeceu aos companheiros do partido e disse que “foram importantes nessa travessia”.
“Jamais esqueci a lição do meu pai. Respeito às pessoas, lealdade aos princípios e firmeza de caráter. Só com esses valores é possível construir uma vida pública decente.”
O ex-governador não afirmou se irá se filiar a um novo partido. No anúncio, Alckmin disse apenas que “anunciará os próximos passos em breve.”
“Valeu cada obstáculo vencido, cada momento vivido, cada conquista feita. Em breve, anunciarei meus próximos passos. Um forte abraço a todos e meu muito obrigado!”, escreveu.
A repórter da CNN Tainá Falcão teve acesso à carta de desfiliação de Geraldo Alckmin; leia abaixo:
Possível aliança com o PT
Segundo o analista de política da CNN Gustavo Uribe, a saída do ex-governador do PSDB já era previsível, pois o candidato da sigla ao governo de São Paulo possivelmente será Rodrigo Garcia, vice do atual governador João Doria, pré-candidato à Presidência da República do partido — o que tiraria Alckmin do pário.
“A dúvida agora é se Alckmin sairá candidato ao governo de São Paulo, ou a vice-presidente na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou Uribe.
“Uma proximidade ao PSB mostraria uma proximidade a vice-presidente com Lula, ou PSD, de Gilberto Kassab, estaria mais próximo ao governo de São Paulo.”
Tem se discutido nos últimos dias uma possível chapa para a Presidência da República de Alckmin com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No início deste mês, o ex-governador recebeu alguns de seus aliados políticos, e disse que ainda estava avaliando a possibilidade de uma aliança com Lula para 2022, segundo informações da âncora da CNN Daniela Lima.
Início da vida política
Candidato do PSDB à Presidência da República duas vezes (2006 e 2018), governador de São Paulo por quatro mandatos (o maior mandato do comando do estado desde a redemocratização), Alckmin não exerce cargo no momento, mas é um dos nomes mais conhecidos do partido que ajudou a criar em 1988.
Natural de Pindamonhangaba (SP) e médico de formação na Faculdade de Medicina de Taubaté, Geraldo Alckmin ingressou na vida política aos 20 anos, sendo eleito vereador em sua cidade natal em 1972, ainda na sigla do então PMDB – atual Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Em 1976, Alckmin foi eleito prefeito de Pindamonhangaba, função que equilibrou também com uma pós-graduação em anestesiologia.
Elegeu-se deputado estadual em 1982, deputado federal em 1986 e participou dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, iniciados em 1987. Ao longo do mandato, trocou de partido e ingressou no então recém-criado Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Após ser reeleito para mais um mandato como deputado, em 1994 Alckmin concorreria e seria eleito ao seu primeiro cargo no Executivo. Ele assumiu como vice-governador de São Paulo na chapa encabeçada por Mário Covas, outro cofundador do partido.
(*Com informações de Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo)