Renúncia foi vitória para defesa, diz advogado de Zambelli à CNN
Fabio Pagnozzi afirmou que decisão de deixar o cargo foi uma conquista pessoal para a ex-deputada, que não foi cassada pelos seus pares no Congresso
A renúncia de Carla Zambelli (PL-SP) ao mandato de deputada federal representa uma vitória para sua defesa, segundo declarou seu advogado Fabio Pagnozzi em entrevista à CNN nesta segunda-feira (15). De acordo com o defensor, a decisão de deixar o cargo demonstra que ela não foi cassada pelos seus pares no Congresso Nacional.
Pagnozzi explicou que, quando assumiu o caso, as duas ações criminais contra Zambelli já estavam praticamente transitadas em julgado. Nesse cenário, a única alternativa disponível era travar uma batalha na Câmara dos Deputados, que ele classificou como "uma guerra difícil" e "uma batalha muito complicada". Segundo o advogado, essa luta foi vencida, já que a parlamentar conseguiu apoio no Legislativo.
O advogado esclareceu que a renúncia não foi uma estratégia para blindar os direitos políticos de Zambelli, mas sim uma decisão pessoal dela. "Essa estratégia também vai ser usada na defesa da Itália, obviamente, mostrando que o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) caçou, usurpou de uma decisão do colegiado, do plenário da Câmara para manter a Carla Zambelli como deputada", afirmou Pagnozzi.
Os bastidores da renúncia
Sobre os bastidores da decisão, o advogado revelou que a renúncia deveria ter ocorrido durante a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ou no próprio plenário da Câmara. No entanto, devido à diferença de fuso horário com a Itália, onde Zambelli se encontra presa, a penitenciária não permitiu que ela participasse da sessão por videoconferência no horário necessário.
Pagnozzi também mencionou que houve intensa pressão para que Zambelli deixasse o cargo. "Na verdade, a pressão existiu há meses atrás, pressão de todos os lados, tanto da Presidência da Casa, quanto do Centrão, quanto do próprio partido", afirmou. Segundo ele, Adilson Barroso (PL-SP), o suplente da deputada, estava "forçando, lutando contra o PL para que ele assumisse".
Apesar das pressões, o advogado disse que Zambelli se manteve firme em sua posição e que não iria renunciar, a não ser que tivesse uma boa vitória no plenário e aí sairia, mas não por causa de pressão. Após conseguir o apoio necessário no plenário da Câmara, ela tomou a decisão de renunciar.


