
Representatividade negra nas eleições de 2022
Brasil não pensa na diversidade, em distribuição de renda, na distribuição de cargos ou na distribuição de qualquer coisa associada a poder político ou econômico

Gostaria de começar minha coluna fazendo uma pergunta: me fale o nome de algum governador preto de um estado brasileiro que você lembre? Difícil, não é?
Então me fale o prefeito de uma grande capital? Também não lembra? Mais fácil: de um grande município — caso esteja em São Paulo, pode ser Guarulhos, São Bernardo, Santo André, Ribeirão Preto? Nada!
Não, você não vai lembrar. Então vamos para ministro de estado? Nenhum!
Não, não estamos na Noruega, Rússia, Suécia nem Dinamarca. Estamos no segundo maior país negro do mundo. Essa falta de representatividade acontece porque o Brasil não pensa na diversidade, em distribuição de renda, na distribuição de cargos ou na distribuição de qualquer coisa associada a poder político ou econômico.
Agora vamos pensar lá na América do Norte, Estados Unidos da América, centro do capitalismo, país que tem fama de racista e não é por acaso, afinal lá é o berço da Ku Klux Klan, se espalham grupos racistas, há um passado de leis segregacionistas, uma população negra que não ultrapassa os 13%, heranças de um passado escravocrata como o nosso…
Mas mesmo assim aquele país tem prefeitos em cidades como Washington, Atlanta e Chicago, e algumas dessas cidades são governadas por mulheres negras. Aliás, a vice-presidente deles também é uma mulher negra e já tiveram até um presidente negro.
Diante dos avanços da luta racial lá por conta da morte de George Floyd, que ecoou mundo afora influenciando mudanças no setor privado, no mundo da comunicação, nas universidades, enfim, em vários setores da sociedade civil, hoje palavras como “inclusão”, “diversidade” e “representatividade” estão na ordem do dia, menos na política brasileira, que não apresenta sinais de mudanças.
Dos pré-candidatos com chances reais de chegar à Presidência da República, do primeiro ao quinto colocado, nenhum é negro, nenhum é negro ou tem negro em sua chapa, uma vergonha nacional e internacional. Ninguém diz nada, e eles não estão nem aí!
Dias atrás foi dado o primeiro passo que, apesar de todas as falhas, pode ser uma semente, um início que é distribuição mais decente nas candidaturas negras. Porém, enquanto famílias oligárquicas brancas, algumas inclusive descendentes de escravocratas, dominarem a política e os partidos políticos no Brasil, dificilmente veremos mudanças.
Respondendo à pergunta do início deste texto, minha geração conseguiu ver apenas dois governadores pretos: Alceu Colares e Albuino Azeredo — ambos exerceram mandatos no século passado.
Veja os prováveis candidatos a presidente em 2022:
- 1 de 12
Jair Bolsonaro (PL), presidente do Brasil e pré-candidato à reeleição
Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 2 de 12
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o pré-candidato do PT à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 3 de 12
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, pré-candidato à Presidência pelo PDT
Crédito: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO - 4 de 12
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a pré-candidata do MDB à Presidência
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 5 de 12
Luciano Bivar é presidente do União Brasil e pré-candidato do partido à Presidência; deputado federal já comandava o PSL antes da fusão da sigla com o DEM
Crédito: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 6 de 12
Felipe d'Avila, pré-candidato do partido Novo à Presidência da República
Crédito: Reprodução Facebook - 7 de 12
André Janones, atualmente é deputado federal por Minas Gerais, é o pré-candidato à Presidência pelo partido Avante
Crédito: Paulo Sergio/Agência Câmara - 8 de 12
Eymael, pré-candidato à Presidência pelo DC; ele já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Bras - 9 de 12
Vera Lúcia é a pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU
Crédito: Romerito Pontes/Divulgação - 10 de 12
Leonardo Péricles, pré-candidato à Presidência pelo Unidade Popular (UP)
Crédito: Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021 - 11 de 12
Sofia Manzano, pré-candidata do PCB à Presidência nas eleições 2022
Crédito: Divulgação - 12 de 12
Pablo Marçal, pré-candidato à Presidência pelo Pros. Ele é empresário e se filiou ao partido no fim de março de 2022
Crédito: Reprodução/Facebook