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    Atrasar a 2ª dose da vacina não interfere na resposta imune, diz pesquisadora

    Lily Yin Weckx disse à CNN que a vacina da AstraZeneca, que está em falta em algumas capitais, protege em pelo menos três meses com uma dose

    Produzido por Layane Serranoda CNN , em São Paulo

    A pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora da pesquisa da vacina da AstraZeneca no Brasil Lily Yin Weckx afirmou à CNN que um pouco de atraso na aplicação da segunda dose não interferirá na resposta imune das pessoas.

    Na sexta-feira (10), cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Palmas, Porto Velho e Rio de Janeiro registraram a falta ou a possibilidade de ficar sem o imunizante da AstraZeneca contra a Covid-19 para a segunda dose.

    De acordo com a pesquisadora, após a primeira aplicação, a pessoa continua protegida em pelo menos três meses com a vacina em questão. “Hoje já há estudos mostrando uma certa persistência por um tempo maior ainda”, revelou.

    “Atrasar um pouco a aplicação da segunda dose não vai interferir na resposta imune. Isso vale para todas as vacinas (…) O atraso em si não é um problema, no entanto, nós estamos frente a uma pandemia e sabemos que com duas doses a proteção é melhor. Por isso, entra agora a substituição da segunda dose por outra vacina”, disse.

    Intercambialidade de doses

    Lily Yin Weckx também reforçou a importância da intercambialidade de vacinas de diferentes produtores. “Neste caso especificamente, entre AstraZeneca e Pfizer, ou Pfizer e AstraZeneca, nós temos estudos mostrando realmente que você pode fazer essa intercambialidade, e com vantagens, inclusive. A resposta imune melhora quando você dá AstraZeneca, e a segunda dose é a Pfizer”.

    Segundo a coordenadora, a intercambialidade de doses pode gerar efeitos colaterais, mas que, assim são pontuais e não geram preocupação.

    “Misturando as vacinas talvez haja reação um pouco mais aumentada com essa segunda dose de uma outra, mas tudo dentro de uma reação absolutamente aceitável, nada que nos preocupe.”

    Terceira dose

    Lily Yin Weckx afirmou que o grupo de idosos deve ser priorizado em uma terceira dose pela queda de anticorpos que acontece com o passar do tempo.

    “A nossa preocupação é realmente proteger essas pessoas mais vulneráveis. Os idosos em primeiro lugar, pois a resposta não é tão boa quanto do adulto jovem e a perda dos anticorpos é mais rápida. E o grupo dos imunossuprimidos, os trasplantados, que mesmo com duas doses, a gente viu que não é adequado, por isso, a introdução de uma terceira dose.”

    O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação da dose de reforço para a partir do dia 15 de setembro. No entanto, a cidade de São Paulo começou na última segunda-feira (6) a vacinar idosos acima de 90 anos com a terceira dose.

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