“Denervação percutânea”: entenda o procedimento que Lula fez no quadril
À CNN, o médico Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou como funciona essa alternativa para alívio de dores


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por um procedimento médico, nesta quarta-feira (26), na unidade do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, para aliviar as dores que sente no quadril.
No domingo (24), quando esteve em São Paulo, o presidente passou por consulta com o médico Dr. Roberto Kalil Filho para realizar uma punção para aliviar a dor.
Lula deve passar por uma cirurgia em outubro para solucionar o problema definitivamente.
O procedimento desta quarta-feira, segundo o Palácio do Planalto, foi uma “denervação percutânea” no quadril direito.
À CNN, o médico Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou como funciona essa alternativa.
Ele contou que qualquer percepção consciente de dor que temos acontece por meio de um estímulo em um nervo. “A gente tem alguns nervos que existem próximos às articulações que são “sensitivos profundos”, e a gente pode interromper o sinal que passa por eles. Esse é o processo de denervação”, disse.
De acordo com Ejnisman, essa interrupção pode ser feita de diferentes maneiras: por radiofrequência, por queimadura elétrica, com medicamentos ou até com o congelamento dos nervos. O comunicado do Palácio do Planalto não detalhou qual foi o método utilizado no quadril de Lula.
“Como esses nervos estão próximos da articulação e só tem a função de levar a enervação para a articulação, essa interrupção do estímulo nervoso não vai causar problemas como o paciente deixar de estimular um músculo, ou deixar de ter uma sensibilidade na perna”, esclareceu o ortopedista.
“Então, basicamente, esse procedimento é você interromper o estímulo nervoso de nervos que levam para o cérebro a sensibilidade de dor de uma articulação – sem causar o prejuízo da função de sensibilidade de pele ou motora”, completou.
O médico ainda ressaltou que vê esse procedimento como “uma tentativa, não resolutivo” e provavelmente não vai evitar que Lula precise operar colocando uma prótese no quadril. “[Os médicos do presidente] estão tentando trazer um pouco mais de conforto enquanto o paciente não opera”, completou Ejnisman.
Ele ainda ponderou que a “denervação percutânea” é diferente do procedimento conhecido como “infiltração”, no qual uma agulha é usada para injetar medicamento diretamente na articulação.
Cirurgia em outubro
A expectativa, segundo o Planalto, é que Lula passe por uma cirurgia de artroplastia de quadril, em outubro, para solução definitiva das dores.
“Eu sinto que estou com mau-humor com os companheiros. Quando eu coloco o pé no chão já dói e eu tenho que falar ‘bom dia’ e às vezes eu não consigo. Às vezes fica visível no meu rosto que eu estou irritado, que eu estou nervoso. Você vai ficando uma pessoa, chata, incômoda. Então, eu tô chegando a conclusão que eu tenho que operar”, acrescentou.
O que é artrose e por que Lula terá que fazer cirurgia
A artrose é o desgaste da cartilagem que reveste nossas articulações. Ou seja, no local onde dois ossos se encontram, existe um tecido de cartilagem que age como amortecedor, facilitando a movimentação das articulações e liberando a amplitude dos movimentos.

O desgaste das cartilagens ao longo da vida é um processo natural. Por isso, a artrose é mais comum em idosos. Quando ocorre no quadril, o processo leva a um desgaste especificamente da articulação na qual a cabeça do fêmur (osso da coxa) se liga ao acetábulo (parte do osso da pelve).
Segundo o médico Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Albert Einstein, a cartilagem pode afinar até o ponto no qual os ossos ficam expostos. “Começa a acontecer um contato de osso com osso dentro da articulação, o que gera um quadro de dor e de limitação da amplitude de movimento”, disse.
A cirurgia pela qual o presidente deve passar consiste em colocar uma prótese no quadril.
“É uma cirurgia na qual a gente substitui a cabeça do fêmur por uma cabeça protética e é feito um revestimento na região da bacia conhecida por acetábulo, que é onde ocorre o encaixe da cabeça do fêmur na bacia, com uma taça ou uma cúpula acetabular”, explicou Ejnisman.
A cirurgia costuma aliviar por completo a dor dos pacientes, possibilitando um retorno às atividades normais do dia-a-dia.
Segundo o ortopedista, o procedimento não é tão simples e tem suas complexidades.
“Necessita ser feito por um especialista em cirurgias de quadril, tem uma série de detalhes técnicos que são importantes”, falou. “Mas, apesar de complexo, ele tem um baixo índice de complicações e um resultado muito bom no alívio da dor.”
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