Enquanto Saúde não esclarecer, vamos continuar vacinando adolescentes, diz FNP
À CNN, presidente da Frente Nacional de Prefeitos e prefeito de Aracaju afirma que continuará seguindo o cronograma planejado
Dezenove estados e o Distrito Federal mantiveram a vacinação de adolescentes, entre 12 e 17 anos, apesar da suspensão recomendada pelo ministério da Saúde. A decisão do ministério vai contra o que havia sido estabelecido pelo Plano Nacional de Imunizações: que a população abaixo de 18 anos passaria a receber a primeira dose de Pfizer em meados de setembro.
A hipótese da correlação entre a morte de uma jovem de 16 anos e a vacina da Pfizer foi descartada pela investigação de uma equipe de 70 médicos.
Diante deste cenário, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos e prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, afirmou que vai seguir com o cronograma de vacinação de adolescentes, uma vez que “não vê motivo claro” para a decisão de paralisação. “Acho que essa política deve continuar. Não está muito claro o motivo pelo qual o ministério da Saúde, efetivamente, mudou de opinião”, declarou.
Edvaldo defende que o Ministério consiga retomar uma unidade no discurso para afinar suas tomadas de decisão junto aos governadores e prefeitos. “Não tem nada que justifique esta decisão, se tiver, era preciso que o Ministério explicasse de maneira didática, correta o que foi mesmo o que aconteceu. Por isso mesmo é que há essa dubiedade.”
Aracajú vacinou na última semana jovens de 17 anos e seguirá a campanha para pessoas com 16 anos a partir desta segunda-feira (20). “Enquanto não houver um esclarecimento objetivo nós vamos continuar fazendo aquilo que estava sendo programado, esperando que o ministério [da Saúde] distribua as vacinas necessárias para a gente continuar a vacinação no Brasil.”
Ainda de acordo com o prefeito, em diversas reuniões que realizou com o Ministério, ele pediu “mais clareza nas informações”. “Principalmente para nós que estamos na ponta. Os prefeitos do Brasil são quem executam a vacinação, são o que se deparam, cotidianamente, com os problemas e as dificuldades.”
Edvaldo disse que seria possível, sim, repensarem a campanha, mas para isso é preciso entender o que, de fato, motivou esta mudança de rota. “Obviamente que se o Ministério emitir uma nota, uma opinião, discutir, chamar o Conass, o Conasems, os prefeitos e os governadores, sentar numa mesa e explicar efetivamente o que está acontecendo, aí sim a gente pode fazer uma alteração na campanha, caso seja necessário.”