Não há como municípios fiscalizarem quarentena, diz secretário de Saúde de SP
Isolamento de cinco dias será obrigatório para viajantes não vacinados contra a Covid-19 a partir do próximo sábado (11), segundo portaria do governo federal
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, declarou, nesta quinta-feira (9), em entrevista à CNN, que não há possibilidade dos municípios fiscalizarem a quarentena de cinco dias para viajantes não vacinados contra a Covid-19. A medida imposta pelo governo federal tem validade a partir do próximo sábado (11), devido ao avanço da variante Ômicron.
“Ou a gente faz um programa correto, ou continuamos não fazendo. Simplesmente eu faço que uma demanda como essa operacionalmente não seja cabível. Eu não tenho como fazer 645 municípios [de São Paulo] fiscalizarem o trajeto desse indivíduo. Se ele irá estar realmente em casa, se depois dos cinco dias ele irá fazer o teste ou não, bem como se ele tem sintomas nos cinco dias”, alegou Gorinchteyn.
“O Ministério da Saúde tem que entender a operacionalidade dos fatos. Operacionalmente isso é inviável, inseguro e incorreto. Ou nós exigimos, como todos os países fazem, a carteira vacinal, e no aeroporto eu já restrinjo a saída desse indivíduo na origem. E com isso, consequentemente, a entrada dele no nosso país, seja por portos ou aeroportos”, continuou.
Segundo a portaria do governo federal, quem desejar viajar ao Brasil deve apresentar à companhia aérea responsável pelo voo o comprovante de vacinação com imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou autorizados no país em que foi vacinado. A conclusão do ciclo vacinal deve ser realizada 14 dias antes do embarque.
Já quem não estiver vacinado deverá realizar a auto quarentena, informando o endereço onde irá cumprir a medida. No quinto dia, a pessoa deverá realizar um teste RT-PCR. Caso o resultado seja negativo, poderá sair do isolamento e prosseguir viagem. O Centro de Informações Estratégicas em Saúde (CIEVS) de cada região ficará responsável pelo monitoramento.
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Posto de vacinação no Museu da República, no Catete, no Rio de Janeiro. Veja a vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo • Pedro Duran/CNN
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Enfermeira mostra vacina contra a Covid-19 para mulher no Rio de Janeiro • Mario Tama/Getty Images
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Enfermeira do SUS aplica vacina contra Covid-19 em homem em sua casa na Rocinha, no Rio, em uma das rondas frequentes que profissionais de saúde fazem na comunidade para imunizar pessoas que não querem ir ao posto • Mario Tama/Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em São Paulo • Reuters/Carla Carniel
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Enfermeira na campanha de vacinação contra a Covid-19 na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro • Fernando Souza/picture alliance via Getty Images
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Boris Johnson visita centro de vacinação contra a Covid-19 em Londres • Alberto Pezzali - WPA Pool/Getty Images
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Japonesa faz triagem para ser vacinada contra Covid-19 • Stanislav Kogiku - 2.ago.2021/Pool Photo via AP
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China vacina estudantes universitários contra a Covid-19 • Costfoto/Barcroft Media via Getty Images
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Alguns países já fazem a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 • Getty Images (FG Trade)
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Enfermeira aplica vacina em Dhaka, Bangladesh, que pretende imunizar 10 milhões em uma semana • Maruf Rahman / Eyepix Group/Barcroft Media via Getty Images
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Cidade de Aue-Bad Schlema, na Alemanha, distribui cachorros-quentes gratuitamente para quem apresentar o cartão de vacinação • Hendrik Schmidt/picture alliance via Getty Images
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Vacinação contra Covid-19 em Nova Délhi, na Índia • Adnan Abidi/Reuters
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Homem de 45 anos é vacinado em posto drive-in na cidade de Bhubaneswar, na Índia • STR/NurPhoto via Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em prisão em Harare, Zimbabwe • Tafadzwa Ufumeli/Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em Dakar, no Senegal • Fatma Esma Arslan/Anadolu Agency via Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em Bangcoc, Tailândia • Reuters/Athit Perawongmetha
A adoção da quarentena acontece após a Anvisa, reiterar, em um comunicado, em 1º de dezembro, que solicitava há mais de um ano ao Comitê Interministerial a adoção de quarentena ou auto quarentena para a entrada de viajantes no país.
Entretanto, a agência também havia pedido a adoção do certificado de vacinação completa para ingresso no país, citando que ele é “ainda mais necessário diante da identificação da variante Ômicron em território nacional e do consequente esforço para a sua contenção”. A medida não foi acolhida pelo governo.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em declaração no dia 7 de dezembro, os países que identificaram a variante Ômicron “não podem ser punidos com restrição aos seus cidadãos”. O ministro da Saúde ainda declarou “que não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para impor restrições”.