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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Ao guiar disputa na Câmara, Lula busca articulação sem crise em 2025

    Negociações que resultaram na indicação de Hugo Motta como novo nome para a sucessão de Arthur Lira tiveram início meses atrás

    Ao se movimentar para influenciar a disputa pelo comando da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu com o objetivo de assegurar uma articulação política forte na segunda metade do mandato.

    Lula, de acordo com relatos de pessoas próximas, está decidido a evitar um cenário como o que se desenhou nos últimos dois anos, com atritos constantes entre o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

    Publicamente, o presidente disse que não iria interferir no processo de sucessão na Câmara. Na prática, o plano para guiar o processo vem sendo concebido há vários meses.

    Nas conversas que manteve com Lira sobre o tema, Lula já havia sinalizado a disposição de trabalhar por um nome de consenso. Mas colocou a condição de que a alternativa trazida à mesa assegurasse uma boa relação com o governo partir do ano que vem.

    Líderes diretamente envolvidos nas negociações já enxergam esse cenário como definido em torno da recém-lançada candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), que levou a vaga de candidato após a decisão do presidente do mesmo partido, Marcos Pereira (SP), de abandonar a disputa.

    Tido até então como o nome apoiado por Lira, Elmar Nascimento (União-BA) vem se mostrando resistente em retirar a candidatura.

    Mas a aposta entre líderes governistas é que a saída dele de cena é questão de tempo. Caso contrário, poderia prejudicar a participação do próprio partido nas negociações para o preenchimento dos demais cargos da Mesa Diretora.

    Elmar era apontado nos bastidores como favorito de Arthur Lira para a vaga, mas enfrentava resistência no governo e no PT. E Lira sempre fez a ressalva que só fecharia apoio incondicional a um candidato que conseguisse construir um consenso.

    A saída de Marcos Pereira de cena, em benefício de um nome com menos visibilidade, ajudou a construir uma candidatura que não tivesse veto de Lula, nem de Lira. Dessa forma, nenhum dos dois lados sairia com a imagem de derrotado no processo.

    A avaliação na Câmara, neste momento, é que pode ser necessária uma ação mais incisiva do Planalto e de Lira para que o PSD de Gilberto Kassab retire também a candidatura de Antonio Brito (BA).

    A aposta de um líder diretamente envolvido nas conversas é que ele ceda. Mas possivelmente levará a campanha até o último minuto.

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