EUA alertam que Estado Islâmico pode tentar tirar vantagem da queda do regime sírio
Forças americanas bombardearam alvos do grupo terrorista na Síria em meio ao colapso do regime de Bashar al-Assad
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, classificou a queda do regime sírio de Bashar al-Assad como “surpreendente para toda a comunidade internacional” nesta segunda-feira (9).
Austin também alertou que o Estado Islâmico poderia tentar “tirar vantagem” da situação.
“Acho que toda a comunidade internacional ficou surpresa ao ver que as forças da oposição agiram tão rapidamente”, declarou à imprensa.
“Acho que todos esperavam ver uma resistência muito mais dura por parte das forças de Assad… Em termos do que aconteceu, é claro que, à medida que isto se desenrola, há um potencial de que elementos na área, como o Estado Islâmico, possam tentar tirar vantagem deste cenário”, adicionou.
Austin destacou os ataques significativos dos EUA que ocorreram no fim de semana contra alvos do Estado Islâmico e disse que o país “ainda está avaliando os resultados”.
“Acho que descobriremos que tivemos muito sucesso”, pontuou.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad