Europa não pode encerrar dependência energética da Rússia de repente, diz chanceler alemão

Olaf Scholz afirma que acelerar o processo mergulharia o continente em uma grande recessão

Paul Carrel, Miranda Murray e Sarah Marsh, da Reuters
Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, durante entrevista coletiva em Berlim  • 22/02/2022 John Macdougall/ Pool via REUTERS
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"A Europa encerrará sua dependência energética da Rússia, mas fazê-lo da noite para o dia a mergulharia em recessão", afirmou o chanceler alemão Olaf Scholz, citando que tomar a medida de forma abrupta colocaria em risco "centenas de milhares de empregos e setores industriais inteiros."

Em discurso sobre orçamento ao Parlamento alemão, Scholz adotou um tom mais cauteloso sobre a redução da dependência energética da Alemanha em relação à Rússia do que alguns de seus ministros, que deixaram em aberto a possibilidade de impor sanções energéticas, ainda que apenas em teoria, por enquanto.

"Sim, vamos acabar com essa dependência o mais rápido possível. Mas fazê-lo da noite para o dia significaria mergulhar nosso país e toda a Europa em uma recessão", disse Scholz ao Bundestag, a câmara baixa do parlamento.

"Centenas de milhares de empregos estariam em risco. Setores inteiros da indústria estariam à beira do colapso", disse ele. "As sanções não devem prejudicar mais os estados europeus do que os líderes russos."

Na segunda-feira (21), o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que novas sanções devem ser aplicadas à Rússia: "essa medidas constituem uma parte importante da nossa abordagem para frear os ataques."

A abordagem foi defendida também pelo premiê tcheco, Petr Fiala, em postagem no Twitter: "devemos continuar pressionando por mais sanções, é a única maneira de deter Putin."