Novo Feriae, em Pinheiros, SP, foca em pratos autorais, sustentabilidade e brasa
Aproveitar 100% dos alimentos, oferecer boa qualidade de vida aos funcionários, eliminar o máximo possível de plástico, focar em produtos orgânicos e de pequenos produtores. Feriae chega com o objetivo de unir consumo consciente, sustentabilidade e sabor

Pinheiros segue sendo um ótimo reduto gastronômico e bairro escolhido por muitos chefs para empreenderem e apresentarem à comunidade paulistana suas ideias e conceitos. Sorte a de quem mora na região, pois acaba de ganhar como vizinho o Feriae, restaurante do empresário Pedro Bresser ao lado do chef colombiano Mario Panezo, que já morou uma longa temporada no Peru e trabalhou em casas premiadas como Mayta, Astrid & Gaston e Barra Lima.

O novo restaurante é descontraído, com mesas na calçada (que no frio ganham aquecedores), um grande bar logo na entrada com janela para a rua e cozinha aberta no final do salão onde a churrasqueira ganha destaque e já deixa claro a protagonista do cardápio: a brasa.
O menu está dividido em 5 seções com porções pequenas, daquele tipo ideal para “pedir um pouco de tudo” e compartilhar no centro da mesa.
A primeira seção é a “Abre Bocas” com o Pão de alho na brasa com queijo grana (R$ 23) e as Arepas de milho crioulo e ricota defumada na churrasqueira (R$ 19 com 2 unidades), depois é a vez dos “Petiscos de Bar” com porções para degustar enquanto toma um drinque.
Por aqui, figuram 4 opções como o saboroso Croquete de pato, com o bem ácido rabanete de melancia em conserva e maionese de pimenta cambuci defumada (R$ 54 com 4 unidades) e a Empanada de kimchi, queijo quina e chutney de caqui desidratado (R$ 41 com 4 unidades).

Segue para o “Meio da Mesa” com itens como Alho poró na brasa, momesco e queijo quark (R$ 41), Almôndegas de porco, consomê de vinagre de maça, cebola frita e alface frisée (R$ 54) e Mexilhão em escabeche, batatas assadas, aioli, cebola crua e páprica (R$ 54) até chegar aos “Principais” com pratos como o surpreendente Risoto de beterrabas amarelas, queijo quark e salada de beterrabas cruas (R$ 68), Magret de pato criado solto na brasa, purê de abóbora, glacê e farofa de torresmo (R$ 123) e Peixe na brasa au vin blanc, batata doce, gremolata de alcaparras e azedinha (R$ 94).
Para fechar, o “Menu doce” com três opções de sobremesa: Cheesecake de gergelim com caramelo de missô (R$ 38), Pavlova, coulis de framboesa, morango fermentado e chantilly (R$ 38) e Bolo de chocolate com doce de leite e ganache de chocolate amargo (R$ 38).

Baseada em uma cozinha sazonal e com aproveitamento total dos alimentos vindos, em sua maior parte, de pequenos produtores locais orgânicos, os sócios têm como objetivo provar que é possível unir consumo consciente, sustentabilidade e sabor, sem abrir mão do prazer de se reunir ao redor da mesa.
O restaurante não trabalhará com carne bovina ou de cordeiro, nem com salmão, atum, camarão ou polvo, ingredientes cuja produção, segundo o chef, causam maior impacto ao meio ambiente.
“Me empolga mais cozinhar uma abóbora de forma memorável do que uma carne, que só precisa de fogo e sal para ter umami”, diz Panezo.

A utilização de plásticos de uso único foi reduzida ao máximo, produtos de limpeza biodegradáveis e um sistema de compostagem estão sendo adotados. Uma máquina desencrustadora de panelas também foi instalada para assegurar o uso mínimo de água.
Além disso, todos os processos foram mapeados por Panezo para garantir o aproveitamento máximo dos alimentos, reduzindo assim a geração de resíduos.
“Do peixe vamos tirar filés. Com as aparas, fazer rillettes e ceviche. E a carcaça cozida servirá de base para o molho pil pil”, exemplifica o chef, que pretende reaproveitar até mesmo as cascas dos limões usados em coquetéis para aromatizar o álcool que será disponibilizado nas mesas.

Ao longo dos últimos dois anos, os sócios percorreram dezenas de cidades em São Paulo e Minas Gerais para estabelecer uma rede de pequenos produtores orgânicos e agroflorestais que fornecerão diferentes insumos sazonais diretamente para o restaurante, evitando atravessadores.
“Meu processo criativo parte sempre do produto disponível e não do prato pronto”, aponta o chef que nas últimas semanas tem feito ajustes na casa recém-aberta.
Com curadoria de Katharina Neves, proprietária de um bar de vinhos no Rio de Janeiro e ex-sommelier dos restaurantes Kinoshita e Corrutela, a carta de vinhos naturais é resultado de um grande garimpo de nomes brasileiros e latino-americanos.
Feriae é uma palavra em latim que faz referência aos festejos da Roma Antiga para agradecer pelos frutos da terra. Também deu origem a feira, férias e feriado, que remetem à ideia de encontros festivos.
E que assim seja a nova casa, um ótimo lugar para encontros festivos, com mesas fartas de sabores, criações e consciência.

Feriae: R. Padre Carvalho 171, Pinheiros, São Paulo – SP / Até o dia 31 de agosto, a casa funcionará apenas para o jantar / A partir de 31 de agosto: segunda a sexta, das 12h às 15h30; sábado, das 12h às 00h; e domingo, das 12h às 19h. Jantar de segunda a quarta, das 19h às 23h; quinta e sexta, das 18h às 00h; sábado, das 12h às 00h; e domingo, das 12h às 19h.