Prato típico de Curitiba ganha reconhecimento nacional: saiba qual é

Servida nos bares e restaurantes da capital paranaense, iguaria leva carne bovina crua sobre uma broa de centeio

CNN Viagem & Gastronomia, do Viagem & Gastronomia
Carne de Onça do Cartolas Sports Bar, no bairro de Batel, em Curitiba
Carne de Onça do Cartolas Sports Bar, no bairro de Batel, em Curitiba  • Caroline Grimm
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A Carne de Onça, prato típico de Curitiba, no Paraná, ganhou registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). No fim de maio, a iguaria conquistou o selo de Indicação Geográfica na modalidade de Indicação de Procedência (IP), que chancela produtos cujas características estão ligadas à origem territorial, valorizando a história, a cultura e a economia local.

O registro concede proteção legal ao nome geográfico e estabelece que somente produtores da área delimitada de Curitiba, e que sigam as indicações do caderno de especificações técnicas, podem utilizar o nome no produto.

O prato já é reconhecido desde 2016 como um patrimônio cultural imaterial de Curitiba. Apesar do nome, a receita não leva carne de onça, mas sim carne bovina fresca e crua. A origem da iguaria remonta à década de 1940 e seria uma referência ao hálito forte deixado na boca.

A Carne de Onça

A base é uma fatia de broa de centeio, coberta com carne bovina moída fresca e crua, servida com cebola branca e cebolinha verde picadas. Também leva azeite extravirgem, sal e pimenta do reino a gosto. Mostardas escura e amarela e molho de pimenta são acompanhamentos opcionais admitidos.

Em 2023, o prato entrou para o top 10 do ranking "Melhores pratos com carne crua do mundo", elaborado pela plataforma TasteAtlas. A iguaria apareceu ao lado de carpaccio, da Itália; steak tartare, da França; e yukhoe, da Coreia do Sul.

É um dos itens mais pedidos de vários estabelecimentos da capital paranaense, que capricham nas próprias versões. Confira 10 lugares para comer Carne de Onça em Curitiba.

Opções de preparo

O pedido de reconhecimento da Carne de Onça foi protocolado pela Associação dos Amigos da Onça (AAONÇA), que atua na promoção e valorização da iguaria curitibana.

O Caderno de Especificações Técnicas da Indicação de Procedência define que a carne moída bovina deve ser de patinho ou alcatra, sem nervos e nem gordura, com textura de "granulosidade pequena", sem ser pastosa, e coloração avermelhada.

Também estão sinalizadas apenas três opções de preparo:

  1. Colocar a carne sobre a fatia de broa coberta com cebola branca e cebolinha verde, regada com azeite e temperada toda a parte superior com sal e pimenta;
  2. Preparar a carne misturada ao azeite, ao sal e à pimenta apenas no momento de servir sobre a fatia de broa, para não interferir na coloração da carne. Inclui a cobertura com cebola branca e cebolinha verde e regada com azeite;
  3. Preparar a carne misturada ao azeite, ao sal e à pimenta apenas no momento de servir sobre a fatia de broa, para não interferir na coloração da carne. Os demais ingredientes, como cebola branca, cebolinha verde e azeite, são disponibilizados separados para o cliente montar a seu gosto.

Festival e reconhecimetos

Em Curitiba, a Carne de Onça possui um festival próprio. A cidade já foi palco para oito edições do Festival de Carne de Onça, que conta com a participação de dezenas de bares e restaurantes, que servem a iguaria a um preço fixo.

Com o novo reconhecimeto, o estado do Paraná soma agora 18 Indicações Geográficas. A Carne de Onça aparece junto dos mais variados produtos, como cachaça, vinhos, embutido e mel. As Indicações Geográficas do Paraná são:

  • aguardente de cana e cachaça de Morretes;
  • goiaba de Carlópolis;
  • uvas finas de Marialva;
  • barreado do Litoral;
  • bala de banana de Antonina;
  • melado de Capanema;
  • queijo da Colônia Witmarsum;
  • café especial do Norte Pioneiro;
  • mel da região Oeste;
  • mel de Ortigueira;
  • erva-mate de São Mateus do Sul;
  • morango do Norte Pioneiro;
  • camomila de Mandirituba;
  • vinhos de Bituruna;
  • broa de centeio de Curitiba e Região;
  • cracóvia (embutido) de Prudentópolis;
  • urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul.

No total, o Brasil possui 144 registros de Indicação Geográfica. Deste montante, 105 são Indicações de Procedência (IP) e 39 são Denominações de Origem (DO), sendo 10 delas estrangeiras.