Ômicron pode levar a crise no sistema de saúde, diz chefe da UTI do Emílio Ribas
Jaques Sztajnbok alertou, em entrevista à CNN, para o número elevado de casos de Covid-19 em curto espaço de tempo
O Brasil registrou, nesta quarta-feira (26), o recorde de infecções diárias por Covid-19. Foram 224.567 casos da doença registrados nas últimas 24 horas — o maior número desde o início da pandemia. Esse aumento é consequência, principalmente, do avanço da variante Ômicron no país, que está sendo sentido pelos médicos da linha de frente. Em entrevista à CNN, o intensivista Jaques Sztajnbok, chefe da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas disse que a nova cepa coloca o sistema de saúde em risco.
“Mesmo que a taxa de internação seja pequena, um número avassalador de casos num intervalo de tempo muito curto tem sim o potencial de levar à crise no sistema ou ao colapso do sistema de saúde. Estamos observando essa evolução de internações com muita atenção e temor”, afirmou.
Embora o risco de casos graves da Covid-19 seja menor com a variante Ômicron, Sztajnbok considerou que a taxa de transmissibilidade da cepa nunca foi vista antes. “É uma variante que está fazendo com que essa onda varra o planeta quase que simultaneamente”, disse.
De acordo com o médico, por uma questão estatística, há pessoas com ciclo vacinal completo contra a Covid que necessitam de leitos hospitalares após infecção pela doença, e que são principalmente aqueles que têm comorbidades ou idade mais avançada.
No entanto, Sztajnbok reforça que a probabilidade de pessoas não vacinadas estarem na UTI é bem maior. “O que nós sabemos, e isso são fatos, é que se nós pegarmos cem pessoas não vacinadas internadas em UTI, a redução seria de 85% nessa taxa de internação se essas pessoas tivessem sido vacinadas. Ou seja, esses cem internados não vacinados seriam reduzidos a 15 internados se tivessem recebido a vacina”, esclareceu o médico.
O chefe de UTI comentou sobre o aumento do número de trabalhadores da saúde afastados em decorrência do contágio pela Covid-19, e disse que isso é uma “situação inédita”. “A taxa de afastamento de colegas acaba desfalcando o sistema de saúde num momento crítico. É uma combinação explosiva, aumento brutal do número de atendimentos associado a um aumento brutal do número de afastamentos”, alertou.
O intensivista reforçou a importância da vacinação e do cumprimento de medidas sanitárias como o distanciamento e o uso de máscaras. Na opinião de Sztajnbok, do ponto de vista sanitário “esse não é o momento de realizar qualquer tipo de evento que leve ao acúmulo de pessoas”.
Confira orientações do Ministério da Saúde diante do diagnóstico de Covid-19
- 1 de 11
Confira orientações do Ministério da Saúde diante do diagnóstico de Covid-19
Crédito: Myke Sena/MS - 2 de 11
O Ministério da Saúde recomenda que diante de sintomas compatíveis com a Covid-19, como febre, tosse, dor de garganta ou coriza, com ou sem falta de ar, as pessoas devem buscar atendimento médico. Confira outras orientações
Crédito: Cassiano Psomas/Unsplash - 3 de 11
Use máscara o tempo todo
Crédito: Getty Images - 4 de 11
Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo
Crédito: Conscious Design/Unsplash - 5 de 11
Depois de usar o banheiro, limpe o vaso, mantendo a tampa fechada, higienize a pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária. Sempre lave as mãos com água e sabão
Crédito: Nathan Dumlao/Unsplash - 6 de 11
Separar toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos para uso exclusivo
Crédito: Sven Mieke/Unsplash - 7 de 11
O lixo produzido precisa ser separado e descartado
Crédito: Kinga Lopatin/Unsplash - 8 de 11
Evite compartilhar sofás e cadeiras e realize limpeza e desinfecção frequente com água sanitária ou álcool 70%
Crédito: Nathan Fertig/Unsplash - 9 de 11
Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária
Crédito: Daniel Hansen/Unsplash - 10 de 11
Caso o paciente não more sozinho, recomenda-se que os demais moradores da residência durmam em outro cômodo
Crédito: Bermix Studio/Unsplash - 11 de 11
Mantenha a distância mínima de 1,5 m entre a pessoa infectada e os demais moradores
Crédito: Chris Greene/Unsplash